O ministro da Justiça Flávio Dino anunciou que a Polícia Federal vai investigar a tentativa do governo Jair Bolsonaro trazer jóias avaliadas em R$ 16 milhões da Arábia Saudita ao Brasil.
As jóias foram doadas à Michele Bolsonaro, então primeira-data, em 2021.
Nas redes sociais, Dino explica que isso pode configurar crimes de descaminho, peculato e lavagem de dinheiro.
De acordo com reportagem de O Estado de S. Paulo, publicada na noite dessa sexta, as joias trazidas ilegalmente eram presentes do governo da Arábia Saudita para Michelle, que visitou o país árabe em outubro de 2021, acompanhando a comitiva presidencial.
Tratam-se de anel, colar, relógio e brincos de diamantes. As peças foram aprendidas no alfândega do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, na mochila de um assessor de Bento Albuquerque, então ministro de Minas e Energia.
Bento foi à alfândega quando soube da apreensão das joias e tentou usar o cargo para liberar os diamantes. Um dos argumentos usados pelo então ministro foi de que tratava-se de um presente do governo da Arábia Saudita para Michelle Bolsonaro.
No Brasil, a lei determina que todo bem com valor acima de US$ 1 mil seja declarado à Receita Federal. Dessa forma, o agente do órgão reteve os diamantes.
O governo Bolsonaro teria tentado quatro vezes recuperar as joias, através dos ministérios da Economia, Minas e Energia e Relações Exteriores.
Em uma quarta movimentação para reaver os objetos, feita a três dias de Bolsonaro deixar o governo, um funcionário público utilizou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para se deslocar até Guarulhos. O homem teria se identificado como “Jairo” (trata-se de Jairo da Silva, sargento da Marinha) e argumentado que nenhum objeto do governo anterior poderia ficar para o próximo.
Bolsonaro chegou a enviar ofício ao gabinete da Receita Federal, solicitar que as joias fossem destinadas à Presidência da República.
Com informações do Metrópoles.