Milka Freitas: com bom humor, empreendedora leva educação sexual às empresas, organizações e diversos públicos

Com apoio do Sebrae, ela expandiu atuação e passou a trabalhar com vários públicos de forma descontraída

Texto: João Paulo Macena – Savannah Comunicação Corporativa

Com o objetivo de descentralizar a educação sexual e levá-la a todos os públicos, faixas etárias e classes sociais, a empreendedora Milka Freitas (@milkafreitas) começou com o trabalho de ofertar palestras, rodas de conversa, oficinas e consultorias sobre o tema há nove anos. Há mais ou menos cinco anos, quando descobriu que sua atividade também era um negócio de impacto social, Milka passou a atingir um público mais diversificado e levar seu trabalho às empresas e organizações de vários segmentos.

De forma leve e bem humorada, divertida e descontraída, Milka trabalha com a população de rua à classe A, de crianças à idosos, levando educação sexual de forma descentralizada e humanizada, de forma presencial e agora, com a pandemia, também de maneira remota pela internet. Atualmente, mais de 60% do seu público é formado por mulheres.

O seu grande diferencial é a criatividade. Para expressá-la, ela também utiliza diversos canais na internet, em plataformas como Instagram, YouTube e TikTok. De forma presencial, se desprende do padrão formal de sexólogas e outras especialistas em educação sexual.

“Eu não fico engessada. No Tiktok estou tendo repercussão positiva, com vídeo de mais de 1 milhão de visualizações. Gosto de passar minha mensagem, ter interatividade nos reels no Instagram. Nas palestras, não me sinto à vontade em seguir o padrão da sexóloga que é magra, cheia de joia e usa salto alto. Vou de botinha, de saia, blusa amarrada na cintura, já chego com sacolas cheias de preservativos para distribuir. Dependendo de onde estou, falo até com gírias, uso danças e paródias. Me denomino educadora sexual por amar a palavra educação. É uma palavra transformadora”, revela Milka.

Além de educadora sexual, Milka aborda questões sociais como inclusão, acessibilidade e empoderamento feminino para despertar essas temáticas junto aos seus clientes. “Gosto de levar as pessoas à reflexão sobre o que está acontecendo em nosso país. Falo sobre esses temas para que possamos caminhar para uma sociedade com mais equidade, com as mesmas oportunidades. Quando tivermos equidade, pode ser até utopia, aí não precisaremos falar mais de inclusão, porque as pessoas já estarão inclusas. Enquanto esse dia não chega, sigo trabalhando com esse olhar social”, afirma.

A importância da educação sexual

Para Milka, poder falar de educação sexual para públicos diversos é algo transformador e que pode mudar a vida das pessoas em diversos aspectos. “A educação sexual salva o mundo. Se as pessoas entenderem que isso não é só falar de sexo, mas também é falar de corpo e saúde, ela transforma. A educação sexual deve ser discutida em casa, nas escolas e no ambiente organizacional. Esse é o meu grande objetivo”, reforça.

A empreendedora diz que se sente realizada ao poder difundir o tema na sociedade de forma geral. “Me sinto realizada, realizando. É um caminho difícil, doloroso. Quando vejo a potência do meu trabalho, o feedback das pessoas, o quanto ele é potente, só quero seguir em frente. É um trabalho transformador. Tenho que acreditar nele, aprendendo com outras pessoas que começaram antes de mim, entre elas militantes feministas, ativistas e sexólogas. Elas abriram espaço para que hoje eu possa falar sobre isso abertamente”, complementa.

O Sebrae na vida da Milka

Quando descobriu o Sebrae, Milka participou de diversas capacitações, modelando o seu negócio em uma pré-aceleração com outros Negócios de Impacto Social e Ambiental (NISA) em Alagoas. Ela também participou do Programa Developing Inclusive and Creative Economies (DICE) do British Council em parceria com o Sebrae que apoia o desenvolvimento de economia criativa e negócios sociais. A partir daí, ela começou a participar de eventos em várias partes do país.

A analista da Unidade de Soluções e Inovação (USI) do Sebrae Alagoas, Ana Madalena Sandes, destaca alguns diferenciais observados no trabalho de Milka a partir do apoio do Sebrae, principalmente ligados ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 5, da Organização das Nações Unidas (ONU), que aborda a igualdade de gênero.

“Ela poderia ser somente simplesmente uma representante ou vendedora de produtos de cuidados da vida sexual, mas ela educa as pessoas, é ativista em várias causas importantes à igualdade de gênero, ao movimento LGBTQIA+ e também ao combate à violência doméstica a partir de esclarecimentos importantes ligados ao tema sexo. Muitos desses temas estão ligados ao ODS 5”, enfatiza.

Milka ressalta o quanto esse apoio contribuiu com o seu desenvolvimento. “O Sebrae é meu ‘xodó’, foi a primeira instituição que me abriu as portas para falar da educação sexual dentro das organizações. Me permitiu participar de editais e cursos e vi que meu trabalho pode chegar a outros lugares. O Sebrae reforçou minha autoestima e como o meu trabalho é importante para várias esferas. Esse olhar de apoiar a diversidade de negócios faz toda a diferença para quem faz parte de um nicho que aborda a sexualidade humana, que tem muitas barreiras, preconceitos”, pontua.

Ana Madalena Sandes também falou sobre a importância de estimular negócios assim, sobretudo para incentivar o empoderamento feminino e a educação sexual na sociedade quebrando tabus.

“Negócios como o da Milka, que vão além de ganhar dinheiro, que se preocupam em trazer esclarecimentos à vida das pessoas, que as pessoas não contraiam doenças por desconhecimento ou descuido e que busquem mais qualidade de vida se conhecendo intimamente, é muito importante para mulheres e homens que veem isso como um tabu”, finaliza.

Já Milka, deixou uma mensagem para outras mulheres empreendedoras em Alagoas. “Impactem primeiro suas próprias vidas. Não se sabotem, sejam sinceras consigo mesmas. Para um negócio dar certo é preciso dar certo com elas mesmas. Tudo é uma questão de persistência e determinação. Incluam o impacto social em seus negócios, tenham de fato uma visão social e não apenas visem o lucro. Tragam inclusão, acessibilidade e diversidade de pessoas para seus negócios. Isso fará muito a diferença”, conclui.

Atendimento remoto e presencial

Devido ao novo coronavírus, os empresários da pequena empresa podem contar com o atendimento do Sebrae somente de forma remota nesta semana de 05 a 09 de abril, nas Agências de Maceió e de Penedo. A equipe do Sebrae está mobilizada para atender as demandas dos empresários, que também podem contar com a estrutura de cursos online e gratuitos do portal EAD Sebrae com mais de 100 opções de cursos, basta acessar https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/cursosonline.

O empresário pode entrar em contato com a instituição pelos canais remotos e digitais, como o portal sebrae.com.br/alagoas, telegram t.me/sebraealagoas, whatsapp e Telefone 0800 570 0800, chat e e-mail fale.sebrae.com.br, instagram @sebraealagoas, twitter @sebraealagoas, facebook /SebraeAlagoas, youtube @sebraealagoas e o linkedIn Sebrae Alagoas.

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