Militares da Força Nacional são atacados a tiros na Maré, Rio

Uma equipe da Força Nacional foi atacada a tiros nesta quarta-feira (10) no Conjunto de Favelas da Maré, na Zona Norte do Rio, ao entrar por engano na Vila do João. O ataque ocorreu na localidade conhecida como Boca do Papai. De acordo com as primeiras informações, um militar, baleado na cabeça, morreu e outro ficou ferido.

(ATUALIZAÇÃO: a Força Nacional chegou a informar à Polícia Civil que um dos militares havia morrido, mas voltou atrás. Agora diz que o estado dele é gravíssimo. O soldado atingido é Hélio Andrade, 37 anos, de Roraima. Ele está no Rio desde 2015. Foi atingido com um tiro de fuzil na testa e perdeu muita massa encefálica. Como houve a notificação de morte feita pela Força Nacional, policiais da divisão de homicídios foram ao local dos tiros e estavam lá até a última atualização desta reportagem.)

Os três militares vítimas do ataque foram identificados como capitão Alen Marcos Rodrigues Ferreira, que atua em Cruzeiro do Sul, no Acre, o soldado Hélio Andrade, que é de Roraima, e soldado Rafael Pereira, do Piauí.

O soldado Hélio, de Roraima, foi baleado na cabeça e levado ao Hospital Salgado Filho, onde foi submetido a uma cirurgia de emergência. Já o capitão Alen foi atingido de raspão no rosto.

Em áudio, o terceiro militar envolvido no ataque contou que foi socorrido por um taxista. “Um táxi está me dando um apoio, está me levando para o hospital”, contou.

Ainda segundo o militar, homens do Exército foram ao socorro da equipe. “Eu fui atingido, o capitão Alen foi atingido, o motorista foi atingido. Tem um outro combatente também, ele tá atingido, ele ficou fora da viatura. A equipe do Exército está lá perto”, diz ele. Ouça acima.

A Polícia Militar e a Secretaria de Estado de Segurança disseram que não vão se pronunciar sobre o ocorrido. O Ministério da Justiça e Cidadania, ao qual a Força Nacional está subordinada, ainda não se manifestou sobre o ataque.

A Força Nacional foi designada pelo Ministério da Justiça e Cidadania para cuidar da segurança de todas as instalações de competições da Olimpíada e Paralimpíada do Rio. Ela é formada por policiais militares, civis, bombeiros e peritos.

Todos os agentes da Força Nacional passaram por vários cursos de capacitação e outros treinamentos. Eles são dos 26 estados e também do Distrito Federal. A formação começou há mais de um ano, em Brasília e a maior parte do contingente é formada por PMs.

Família do militar a caminho do Rio
O comandante-geral da PM em Roraima, coronel Dagoberto Gonçalves contou ao G1 que o soldado Hélio Andrade mora no Rio desde o ano passado.

A corporação comunicou à família dele o ocorrido. Os parentes se prontificaram a seguir para a capital fluminense.

“Já comunicamos a família do militar aqui no estado e alguém deve ir ao Rio de Janeiro para acompanhar o estado de saúde dele”, disse Gonçalves, acrescentando que a Polícia Militar de Roraima está acompanhando toda a situação.

Soldado Hélio Andrade (Foto: Reprodução/Facebook/Hélio Andradde)

Mulher de capitão se diz abalada
O capitão Alen Marcos Rodrigues Ferreira é um dos 180 policiais militares do Acre que foram enviados ao Rio de Janeiro para integrar a Força Nacional durante a Olimpíada. Ele é lotado oficialmente em Cruzeiro do Sul.

PM está no Rio de Janeiro reforçando a segurança durante a Olímpiada  (Foto: Arquivo da família)

Embora tenha recebido informações de que, mesmo ferido, Ferreira está bem, a mulher dele, Lucélia Rocha, de 25 anos, disse ao G1que está abalada com o ocorrido.

“A única informação que tenho é que ele está bem. Só sei disso. Ainda não consegui falar com ele”, disse Lucélia.

Fonte: G1

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