Repórter Nordeste

Militar de 65 anos poderá fazer supletivo, concluir Ensino Médio e sonhar com curso superior

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Reunião do Conselho revogou decisão que impedia PM de ter acesso a certificado do Ensino Médio

Aos 65 anos, o cabo da reserva da Polícia Militar, José Roberto Silva, conseguiu, no Conselho Estadual de Educação, autorização para fazer as provas do supletivo nas matérias de Biologia, Física, Química e Inglês para obter o certificado de conclusão do 3º ano do Ensino Médio, para disputar uma vaga no vestibular da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), no curso de Agroecologia.

Ele foi aprovado nas provas deste ano para cursar o Ensino Superior, mas faltava a conclusão das disciplinas para ele obter o certificado como aluno que concluiu o Ensino Médio. Ele perdeu a vaga na Ufal por faltar a documentação. E recorreu ao Conselho.

A Câmara de Educação Básica – a primeira instância do Conselho- votou pelo não. O Conselho levou em conta que Alagoas há três anos não faz testes de supletivo pagos pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc).

“Ele passou em Agroecologia mas perdeu a vaga pela incompletude do Ensino Médio”, disse Clébio Araújo, relator do processo.

Houve críticas à posição do Governo, que desde a gestão Teotonio Vilela Filho (PSDB) suspendeu a realização de supletivos no Estado.

Clébio Araújo defendeu iniciativa de militar aposentado. Ele fará supletivo

“O senhor Luciano Barbosa [secretário de Educação] mantem a mesma posição. Isso é negligência”, disse Jairo Campos, também conselheiro, reitor da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal).

Apesar das discussões, valeu a história dele: idoso, o primeiro membro da família a buscar curso superior, as negações do Estado, ser cabo da reserva da PM e babalorixá (pai de santo). Agora, ele vai poder fazer as provas do supletivo e obter o certificado de conclusão do Ensino Médio.

Ele é o primeiro membro da família a ir tão longe.

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