Houve um tempo que gerou tantas lutas e exigências de desempenho para a sobrevivência, que o cansaço extrapolou as condições de manutenção dos ritmos, e inesperada sensação de paralisia intelectual despontou no topo da consciência medrosa, afetada, ressentida e levemente amargurada.
Eis a descrição do ano 2022, depois de sobreviver a 2020 e 2021. No entanto, o que é processo traz aprendizados, amealha experimentos, reúne lutadores e sem que nos apercebamos, o próprio tempo alivia as cargas psicológicas quando recebemos as devidas intervenções e encontramos abrigo em outros seres.
O projeto político genocida nos alveja por diversos ângulos.
Não será sábio descartar os aspectos emocionais, mentais, psicológicos e espirituais. Desde as dificuldades econômicas até as carências de afeto, cada ser vivencia provas cruéis, e muitas delas evitáveis, porém, conduzidas e manipuladas pelos que tomam decisões sobre as vidas que não conhecem.
Se esta dor coletiva é sentida individualmente, não encontraremos sozinhos as soluções imediatas, e ainda menos aquelas de longo efeito, porque estamos frágeis diante do sistema opressor.
A coletividade pode e deve ser organizada, desde pequenos núcleos cuidadores até aqueles de expressão mais ampla, desde que movimentemos todos energias de vida!
Olhe ao seu redor e localize os pares, dialogue sobre ideias de renovação. Mais do que nunca precisaremos sair dos nossos casulos e de algum modo gerar referências de continuidades, sobrevivências e esperanças, mesmo que os rígidos nos critiquem com seus unilateralismos academicistas, meramente materialistas e frouxamente humanos, não estamos errados fazendo as lutas de humanização acolhedora.
Eis a nova face de sobrevivente desta escritora.