O combate à corrupção e a reforma da Previdência são dois pontos levantados pelos mercados para a era Michel Temer mostrar confiança aos investidores. Confiança significa: domínio do Congresso Nacional.
Mark Mobius, presidente executivo da Templeton Emerging Market Group (um dos principais gestores de investimentos globais) deu a senha na Folha de São Paulo: Brasil tem chances de crescer 5% a 6%, mas antes terá de aprovar uma reforma na Previdência.
Não se discute a legitimidade da era Temer. E fecha-se a porta para o retorno de Dilma.
Outros penduricalhos defendidos por ele: a dívida do Governo é alta- o que gera dúvidas sobre a solvência em pagá-la. Isso pode ser atenuado se Temer levar adiante as medidas impopulares.
Era necessária a mudança a saída de Dilma Rousseff da Presidência? “Sim”, disse Mobius. Pelo “ponto de vista psicológico”.
“A troca deu as investidores a confirmação de que o país será capaz de fazer mudanças desejáveis”.
Incluindo privatizações e concessões.
“Muita gente rica não paga imposto” no Brasil, observa Mobius, abrindo discussão sobre a taxação de grandes fortunas (com resistências na era Temer e no Congresso).
Defendeu o Bolsa Família, mas com mudanças: “Há pessoas que têm recebido pagamentos que não deveriam receber”.
Para os mercados, não se pede grandes reformas no País. E, sim, que as classes média e baixa paguem a conta do ajuste fiscal.
E seguindo o lema: “Não fale em crise, trabalhe”.
Dizem os investidores: a economia se recupera se for puxada pelos consumidores e pela produção das empresas, “que continuam muito endividadas”.