‘Mensalão’: Governo liberou quase R$ 1 bi para comprar deputados

O Governo Jair Bolsonaro (sem partido) foi às compras. Nas negociações para a aprovação da PEC dos Precatórios, foram empenhados (reservados para o pagamento) R$ 961,7 milhões em emendas parlamentares, dinheiro que promete irrigar celeiros dos deputados-aliados.

Segundo levantamento da ONG Contas Abertas, os empenhos foram nos dias 28 e 29 de outubro e 3 de novembro.

A base comprada ajudou na aprovação, em 1o turno, da PEC: 312 a 144 votos. O Governo precisava de 308 votos. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), foi avisado: na votação do 2o turno, o Governo quer mais votos.

As emendas de relator constituem o mais promíscuo instrumento de barganha política entre o Legislativo e o Executivo das últimas décadas, Trata-se de um mensalão oficial. As emendas são imorais e inconstitucionais. Em outubro, foi empenhado em emendas de relator um volume recorde de quase R$ 3 bilhões. Somente nos dias 28 e 29 foram empenhados mais de R$ 900 milhões”, disse Gil Castello Branco, da ONG Contas Abertas.

A PEC dos Precatórios serve para o Governo ter caixa para pagar o Auxílio Brasil, com a extinção do Bolsa Família. Mas a reserva dura apenas um ano, ou seja, 2022, quando Bolsonaro busca a reeleição. 17 milhões de pessoas receberão R$ 400.

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