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MEC reconhece curso superior na PM em Brasília

A partir de 2014, a capital do país contará com três instituições públicas de terceiro grau. O Instituto Superior de Ciências Policiais começará a funcionar como centro universitário federal a partir do primeiro semestre do próximo ano, quando ocorrerá o primeiro vestibular. A princípio, serão oferecidos os cursos de tecnólogo em segurança pública e de bacharelado em ciências policiais, ambos de graduação. Além disso, a instituição também conta com cursos de pós-graduação em docência do ensino superior, direito penal e processual penal militar, gestão estratégica em segurança pública e especialização em ciências policiais.

O instituto é credenciado no Ministério da Educação (MEC) e tem capacidade para receber 200 estudantes de graduação por ano. No caso do bacharelado, é necessário que o aluno seja formado em outra área, embora conte como uma segunda experiência no ensino superior. Esses alunos sairão do instituto com a patente de oficial da Polícia Militar.

Qualificação

A instituição funciona, atualmente, dentro da corporação e, com o reconhecimento do MEC, poderá ter as inscrições abertas a empresas privadas e ao público em geral. “Com o instituto, nós temos dois principais objetivos: qualificar nossos policiais e responder às demandas sociais na área de segurança”, diz o tenente-coronel Marcos Antônio Nunes, policial e acadêmico à frente do projeto.

Todos os cursos têm como base não só a formação técnica especializada dos policiais militares, como aulas de tiro e de tática, mas também aulas de direito, sociologia e psicologia. “Nós criamos a primeira instituição pública de ensino superior policial no Brasil credenciada no MEC. Queremos ser referência nessa área, para permitir maior proximidade da academia com a sociedade”, explica Nunes.

De acordo com ele, o instituto também ajudará a quebrar o estigma que a corporação tem entre os civis, criado nos anos de chumbo da ditadura militar. “A gente quer desmistificar isso e mostrar o que a polícia produz na academia. Isso possibilita ter algo a mais a oferecer, ter um lugar onde podemos discutir todas as situações de segurança pública”, defende.

Nunes citou os recentes protestos que se espalharam pelo país como exemplo de discussão e de estudo no instituto. “A Polícia Militar era a única instituição pública em contato direto com os manifestantes. Isso tudo tem de ser estudado. A ciência existe quando não nos contentamos com o que está por aí na sociedade. A segurança pública vem sofrendo vários revezes ao longo do tempo, apesar dos nossos esforços. Nós, que lidamos com atividade policial e educação, queremos unir essas duas coisas com ainda mais força para tentar achar as saídas que a sociedade espera”, define.

Segundo ele, todas as exigências do MEC para que o instituto entrasse para o rol de instituições federais acarretou em melhor qualidade para os cursos.

O bacharelado tem duração de três anos, e o curso de tecnólogo, dois. Todos os professores deverão, obrigatoriamente, ter nível de mestre ou de doutor. A princípio, os docentes que atuam na PM deverão continuar ministrando aulas, exceto os que não têm grau de escolaridade exigido pelo MEC. Nesses casos, serão substituídos por professores cedidos pela Fundação Universa.

Os câmpus serão descentralizados no DF: o de graduação será na Academia de Polícia Militar, no Setor Policial Sul; o de pós-graduação, no antigo Buritinga, em Taguatinga. O vestibular, anual, deverá acontecer nos primeiros meses de 2014.

Fonte: Correio Braziliense

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