Matéria nacional sobre Alagoas movimenta Governo, que insiste em boom industrial

O tamanho da orquestra é, também, uma resposta ao tamanho do estrago
Visita de técnicos a uma das fábricas, prevista para o segundo semestre

Os efeitos da matéria do Valor Econômico, sobre Alagoas- ver aqui– fizeram o Governo organizar uma orquestra, com todo o staff, para tocar a mesma música: a de que o Estado vive momentos de otimismo financeiro- um novo boom em 30 anos.

Nesta quinta-feira, o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) sobrevoou empreendimentos hoteleiros na região norte- na área de Passo de Camaragibe;

O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Econômico, Luiz Otávio Gomes, falou da inauguração de duas empresas– no segundo semestre- e a expansão de mais 15;

O tamanho da orquestra é, também, uma resposta ao tamanho do estrago.

Os dados do Caged- ver aqui– mostra que Alagoas demitiu, este ano, mil pessoas do setor sucroalcooleiro. É verdade que o Estado teve o melhor desempenho do PIB, ano passado, mas é verdade também que este números crescem com a moagem da cana- a monocultura persistente nas mãos de 24 famílias, há 300 anos.

Segundo o IPEA, em dezembro, o Nordeste respondia com 51,1% dos benefícios do Bolsa Família no País. Alagoas tem 425 mil beneficiados no programa;

Alagoas tem 5.345 leitos hospitalares- o quarto maior número de leitos- por mil habitantes- do Nordeste.

Mas, as cenas de superlotação do Hospital Geral do Estado, que funciona pela metade- o antigo Pronto Socorro está em reforma há cinco anos- descongestionam a visão até dos mais otimistas.

É claro que o secretário de Defesa Social, coronel Dário César, deve comemorar os avanços na pasta. Mas, é claro, também, que segurança pública- como bem ensina o Governo Federal- é tarefa de mais pastas: Assistência Social, da Paz, Trabalho e Emprego, Saúde. Os efeitos em outros setores, como a indústria- com mais mão de obra qualificada, mais segurança- são sentidos, nesta forma.

Ainda dá tempo de Alagoas se tornar o case dos tucanos. Os números fazem tremer. Escondê-los, com música, é estratégia do passado.

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