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Mais que Bolsonaro, combata o bolsonarismo

Além de toda incerteza que nos acompanhará até o pleito de 2022, temos a convicção de que a sombra fascista seguirá com a política brasileira, embutida na fina camada da democracia – uma dama jogada nesta confusa ideia de que aqui se pode tudo, desde que seja amigo do rei!

Amoralidade. Violência. Nada mais a temer diante dos tribunais, quando a tribuna popular já liberou matar, destroçar, e aprendeu a alimentar a crueldade como prato principal, mesmo quando na mesa lhe falta o feijão.

Se há uma distopia e você comprova por A + B que as contas não fecham, aqueles que afirmam ser Bolsonaro um plano de Deus para o Brasil, estão nas ruas; sem máscaras, sem vacinas, sem amanhã, eles corroboram para o comprometimento do futuro, cozinhando as faces violentas de uma fé ortodoxa, fundamentalista, que tem como alvo doutrinar a política partidária.

Eles cantam para Deus no meio da rua e provocam as vítimas do horror social brasileiro, acusando a esquerda, os movimentos sociais, as feministas, os homossexuais, os comunistas, enquanto prometem a cura e a libertação pelas vias do enfileiramento crente, coagido pela dor a sonhar outro estado de alma pelas vias da promessa.

É um projeto que vai além de Bolsonaro, e do qual este desfruta sobejamente.

Assim sendo, mesmo se o fantástico ano de 2022 que já nos bate à porta, proporcionar uma mudança política humanizada, a sombra deste tempo histórico será arrastada pelas multidões fundamentalistas, letradas ou não, na luta por território de domínio político.

Para combater essa força os setores progressistas estão desafiados a amadurecer as próprias formas de relações com as crenças, e manifestarem adesão ao caráter político-humanitário do agir como algo primordial, sem o qual a vida em sociedade se torna inviável.

A bestialidade não saiu dos fossos para usufruir de uma única experiência de governabilidade, eles desejam o poder acima de tudo, em nome de Deus e das famílias bem aquinhoadas, para nos transformar a todos em súditos de um sistema que traduz as vísceras do capitalismo, em comunhão com a religião.

Todos nós precisamos reagir. Faça sua arte, ensine sua canção, espalhe sua benevolência e apregoe sua esperança com consciência, pois não teremos chance se usarmos a ingenuidade que imperou até aqui.

Eles não são loucos, são guerreiros de uma horda politicamente organizada, que avança com as bandeiras da fé.

Precisamos derrubar Bolsonaro, e enfrentar a lógica que o elegeu. Não temos apenas um rosto genocida no poder, temos uma ideia letal de poder em curso, infestando multidões letradas e analfabetas, por um reino de amor restrito aos líderes, e uma reação social com violência, fome e morte para os inimigos, nos moldes das crenças mais arcaicas.

O bolsonarismo está nos rincões do Brasil, em nossa vizinhança e até dentro de muitas das nossas famílias.

Olhemos.

 

 

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