Mais de 90% das casas aos desabrigados das enchentes sem data para entrega

Ano passado, a Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) reuniu prefeitos e padrinhos políticos- entre eles, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros- para que os moradores não assumissem o pagamento das casas. Por enquanto, a garantia está no papel, assinado pelo morador: ele deve pagar pelas casas

Dois anos e oito meses após as enchentes que destruíram União dos Palmares- uma das 19 cidades atingidas pelas cheias- apenas 60% das obras de Reconstrução estão concluídas na cidade. E mesmo com os decretos de emergência assinados pelo Governo Federal, os próprios moradores- que perderam tudo- é quem pagam pelas casas.

Das cinco mil residências destruídas na cidade, 356 foram entregues:

“As obras são tocadas pela Caixa Econômica. Não tem data para as casas que sobraram sejam entregues. As obras estão avançadas, disse o vice-prefeito de União”, Adeildo Sotero.

As 356 casas são dos desabrigados que estavam nas barracas; as demais são para as pessoas distribuídas no aluguel social ou em casas de parentes.

Segundo o Governo alagoano, entre casas, pontes, escolas, estradas- o Programa da Reconstrução custou R$ 1,2 bilhão. R$ 700 milhões só para as casas. Das 17 mil casas destruídas, 1.479 foram entregues pela Caixa Econômica. 8,7% entregues.

Mas, a liberação de milhões de reais não garante a entrega da casa de graça. O morador assina um contrato, com a Caixa Econômica Federal, aderindo ao Programa Minha Casa, Minha Vida. Paga uma taxa mensal, pelos próximos 25 anos.

“O dinheiro liberado pela União foi para que a Caixa pagasse as construtoras, entregando as casas. Se não fosse assim, nada de obra. Quanto ao pagamento, o Governo de Alagoas prometeu que as casas serão pagas. Do contrário, o desgaste politico vai para o Governo e não ao prefeito”, disse o vice de União dos Palmares.

Ano passado, a Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) reuniu prefeitos e padrinhos políticos- entre eles, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros- para que os moradores não assumissem o pagamento das casas. Por enquanto, a garantia está no papel, assinado pelo morador: ele deve pagar pelas casas.

Contactada por telefone e orientada a enviar as perguntas por e mail, a Caixa Econômica Federal não respondeu sobre os tipos de contratos assinados com os moradores das áreas atingidas pelas cheias, nem sobre o andamento das obras, quase três anos após as cheias.

O presidente da AMA, Palmery Neto, também não foi localizado.

2 respostas

  1. Bom dia amigos, sou uma das pessoas atingidas pela enchente. Conversei com um dos trabalhadores da obra e ele mi informou que a segunda etepa das casas já está pronta a mais de um mês, as pessoas acham que as casas ainda não foram entregues por motivos politicos. Afinal as eleições estão bem próximas.

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