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Mais amparo às mulheres com câncer

Alguns relatos que nos chegam através dos diálogos comuns do cotidiano trazem, por vezes, uma carga de informações que ainda chocam, quando consideramos a era atual, dita a da informação, do conhecimento, da globalização, e percebemos que ainda persistem elementos brutais de submissão na relação entre mulher e parceiro.

O que chamou a atenção foi a afirmação de uma profissional de saúde pública em Maceió, sobre mulheres que descobrem câncer de colo de útero, mas não dizem aos maridos, nem obedecem aos períodos recomendados para abstenção sexual necessária ao tratamento, porque eles (os parceiros) não podem ficar sem sexo e também por medo de perder os seus homens.

Algumas chegam a levar a história sozinhas até não poderem mais esconder, abrindo mão do aumento das possibilidades de cura, para não correrem o risco de serem trocadas por outras, saudáveis.

O que está por trás do pano de fundo dessa história trágica?

Quando eles, os homens, adoecem, rapidamente convocam as parceiras , que costumam cobrir-lhes de atenções e cuidados; enquanto elas, temem revelar a enfermidade por falta de segurança, confiança, nos próprios companheiros.

Lamentável situação a lotar as salas da assistência social, que abarrotada de casos, procura conduzir ao serviço de amparo psicológico.

Talvez estejamos precisando de mais educação para fortalecer a estima do gênero agredido, vilipendiado, inclusive, no momento que mais precisa de amor e cuidado: as mulheres vítimas de câncer.

Mas esse trabalho educativo precisa começar cedo, focando os direitos e combatendo os preconceitos, seguindo pelo resto da vida.

Um compromisso de homens e mulheres a desconstruir a desigualdade que separa.

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