Eduardo Suplicy sempre disse e defendeu renda universal para os brasileiros.
Não é justo que o cidadão receba parte da riqueza de seu país? Sim, na opinião do senador/vereador.
Essa proposta inspirou a criação do Bolsa Família, mais comedido na gestão FHC, referência mundial de combate à fome e à pobreza nos tempos de Lula 1 e 2.
Lula 3 decepciona. Defende uma lipoaspiração no programa, a pedido do mercado. Cede também para cortar benefícios no INSS, revisar o BPC. Mais fiscalização, mais pressão.
“Porque outras pessoas que mais precisam precisam receber”, alguém dirá.
Mentira!
A ideia mesmo é aumentar a burocracia, humilhar ainda mais quem precisa acessar o Bolsa, fazer a ralé rodar mais tempo e, ao final, acessar no mínimo R$ 600. Metade de um salário minimo.
Enquanto isso, R$ 9,6 bilhões de isenção fiscal para empresas nos oito primeiros meses de 2024. Por que as exigências de fiscalização/aperto/pressão também não valem para estes empresários?
Por que o mercado não chiou quando ministros do STJ decidiram semana passada aumentar gratificações em cima dos próprios salários, apenas com uma canetada? Estourando o teto do funcionalismo, ganhando 120 folgas no ano e quem não quiser curtir sombra e água fresca transforma a folga em dinheiro?
Não se pode esperar do mercado um projeto social para o Brasil. Mas, de Lula sim!
Ele quer Arthur Lira como ministro em 2025. Lira é defensor de arrochos, tem posição privatista, é voz do mercado, representante do orçamento secreto, das emendas Pix, contra a fiscalização e a transparência do dinheiro público.
Mas o grande problema mesmo – e Lula se convenceu disso – é o Bolsa Família.
Lula prometeu combater a desigualdade social. Mas aprofunda as chagas do Brasil ao abrir as portas aos inimigos, em nome da governabilidade.
Nem Maquiavel ousou pensar tão longe…