Alagoas é uma terra rica e suas bençãos podem ser vistas e sentidas onde quer que estejamos. A cultura local é ampla e colorida, reluzente, tem cheiro de água doce e maresia ao mesmo tempo. Aqui despontaram artistas de todos os perfis e nesta linha criativa revolucionária muitas mulheres se dedicam às artes.
Desde a poesia feita em linha, bordados e pinturas, passamos pela musicalidade dançante, e chegamos na escrita, este território de luz sobre o qual pisamos com reverência.
Trazemos aqui uma pequena mostra de mulheres que escrevem em Alagoas, porque é nossa missão caminhar em bando, como pássaros livres e barulhentos, para que não consigam nos ignorar.
O Coletivo Mulheres que Escrevem reúne e apresenta escritoras como Lourdes Acioly Wanderlei, que lançou seu primeiro livro de poesia “Girando Sóis” aos 83 anos e agora com 85, está se preparando para lançar a segunda obra e Merandolina Pereira de Melo, que iniciou a jornada literária aos 50 anos e já publicou 5 livros, entre eles “Encontros”, no gênero crônicas, uma abordagem historiográfica das terras onde nasceu e ainda vive, em Viçosa. No registro acima uma segura um exemplar de livro da outra, simbolizando o quanto somos incentivadoras das nossas parceiras de escrita.
O Coletivo é um espaço que agrega mulheres de alma liberta, sonhadora, artística, em torno do projeto comum. Muitas se dedicam à leitura e escrita como ato pessoal, mas sonham com o momento da publicação. Outras aguardam seu próprio tempo para revelar ao mundo seus pensamentos. Mas todas praticamos o incentivo às escritas das demais.
A escritora Ângela Maria dos Santos, que já publicou o livro “O pensamento Graciliânico e suas relações sociopolíticas e administrativas em Alagoas”, segura o livro de Merandolina que adquiriu no encontro presencial pois o exemplar da obra de Lourdes Acioly já havia adquirido antes. Seus comentários acerca das obras trazem o reconhecimento do valor que elas possuem, principalmente por retratarem experiências vividas no chão alagoano sob o prisma individual de cada escritora.
Ladeada por outra escritora e uma amiga leitora, esta que aqui escreve, que já contabilizo dez obras publicadas, aproveito o espaço para apresentar Ismélia Tavares, com seu lindo lenço no pescoço e o orgulho de ter escrito e publicado entre outros trabalhos artísticos, o livro “Lapinha da Mestra Dudé – ópera popular entre a prática e o esquecimento”. Riqueza literária que acrescenta valor ao norte alagoano, pois que a ocorrência do encontro entre a escritora e a mestra de folguedo se dá em Barra Grande, Maragogi.
Rosilânia Macedo é autora de 7 obras, todas publicadas. No próximo encontro do Coletivo Mulheres que Escrevem faremos o debate sobre a história de trancoso transmitida por seu pai, um sábio pescador de Porto de Pedras ao qual tivemos a honra de conhecer em vida, “Totulé – João e os monstros”.
Esta modesta galeria não contempla todas as mulheres escritoras que compõem o nosso Coletivo, pois se resume àquelas que participaram do último evento.
Nosso compromisso, no entanto, é seguir divulgando todas as escritoras que se reúnem em volta desse projeto de benefício comum e partilha de saberes e artes que renovam a vida.
Vida longa e profícua ao nosso Coletivo Mulheres que Escrevem!