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Lei bíblica vale a pena quando a Justiça moderna é lenta

A Secretaria de Segurança Pública de Alagoas acumula índices que apontam para diminuição na quantidade de assassinatos.

Mas, esse trabalho é isolado. E não deveria.

Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Alagoas lidera o ranking de presos provisórios. Ou seja: pessoas estão atrás das grades sem sentença da Justiça.

67% dos presos aguardam julgamento.

Diz o mesmo CNJ: Alagoas é um dos 6 estados com a Justiça mais lenta para julgar.47% dos acusados não estão sentenciados.

E daí?

Números da OAB alagoana, levantados a partir dos jornais, indicam 15 mortos por justiçamento. Foram 100 ocorrências.

Ou seja: aplica-se a lei dos tempos bíblicos a acusados em crimes.

O quê diz a Comissão de Direitos Humanos da OAB?

“Estamos diante de um cenário preocupante de descrédito em relação à atuação punitiva do estado, de modo que pessoas, no afã de fazer ‘justiça’ com as próprias mãos, acabam cometendo crimes muitas vezes mais graves que os supostamente praticados pelos suspeitos”, segundo Anne Caroline Fidelis

Os justiçamentos não merecem abordagem por nenhuma das instituições capazes de freá-los.

Nem Tribunal de Justiça nem Ministério Público nem SSP nem Conselho de Segurança Pública.

Superamos a lei bíblica do Antigo Testamento. Não dá mais para crer que pessoas exterminando umas às outras com as próprias mãos são por honra ou sacrifício ao Deus mais próximo de Asmodeus.

Ou será que nossas instituições creem num direito divino pulverizado, elegendo condenados e salvos aos abismos do Inferno?

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