Justiça Federal determina despejo de 2.500 índios de aldeia na Bahia

Mesmo na pandemia, quando ordens de despejo estão suspensas (afinal, para onde iriam os despejados?), a Justiça Federal determinou que índios da aldeia Novos Guerreiros (Terra Indígena Coroa Vermelha, do povo Pataxó, em Porto Seguro, Bahia) deixem o local.

A ordem de despejo pode ser cumprida a qualquer momento pelos agentes da Polícia Federal. O prazo para a saída do local venceu dia 25 de agosto.

Lá vivem 24 famílias, 2.500 indígenas. Os índios dizem que as terras são suas pela tradição. As discussões estão na Justiça. A própria Justiça Federal determinou a revisão da demarcação da aldeia, mas o juiz federal Pablo Enrique Carneiro Baldivieso se reuniu com os proprietários da terra, os donos de um clube de avião, com representantes da Funai e do Ministério Público Federal.

Detalhe: os índios não sabiam desta reunião de conciliação.

Os índios classificam a decisão de despejo como “desumana, injusta e proporcional”.

Uma resposta

  1. Uma questão de analfabetismo histórico. Na notícia comenta-se que o juiz federal “se reuniu com os proprietários da terra, os donos de um clube de avião”. Bem, no meu ponto de vista, que não sofro de analfabetismo histórico, os proprietários da terra, desde séculos, já antes dos portugueses chegarem aqui, eram e continuam sendo – os índios. Esta decisão judicial truculenta nada mais é que a continuação das monstruosa usurpação secular. Famílias são expulsas de uma área, para que mais abastados possam treinar seus voos de aviãozinho. Mais um juiz no centro do – retrocesso civilizatório! Ele, dentro da sua consciencia de classe opressora, deve dormir bem, contente pela decisão. E eu me envergonho por ele e por sua família.

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