A Justiça Federal de São Paulo manteve a prisão de Lucas Passos Lima e Jean Carlos de Souza, presos nesta semana durante a Operação Trapiche, da Polícia Federal, suspeitos de envolvimento com o Hezbollah.
Durante a audiência de custódia, Lucas esclareceu sua posição em relação ao grupo radical islâmico, negando qualquer envolvimento. Ele afirmou que sua estadia no Líbano se deu devido a “propostas para crescimento de negócios”.
Jean Carlos, por sua vez, afirmou que é captador de negócios e que costuma ser parado pela Polícia Federal por suspeita de tráfico de drogas, devido às suas frequentes viagens.
“É um absurdo isso. Eu não sou terrorista”. Ele ressaltou ainda que está disposto a prestar qualquer esclarecimento.
A Polícia Federal continua em busca de mais nomes suspeitos de envolvimento com o Hezbollah. Nesta sexta-feira (10), mais um mandado de busca e apreensão contra um suspeito foi cumprido em Goiás.
Esse foi o sexto alvo da Operação Trapiche, que foi deflagrada com o objetivo de desarticular um grupo que planejava atos de terrorismo no Brasil.
Quem é o Hezbollah?
O Hezbollah é um grupo islâmico xiita que ganhou notoriedade recentemente devido à prisão de dois brasileiros acusados de planejar ataques à comunidade judaica no Brasil. No entanto, sua história remonta a 1982, quando surgiu como resposta às ações de Israel no sul do Líbano.
A organização começou como o Amal Islâmico, apoiado pelo Irã, e se transformou posteriormente no Hezbollah, unindo-se a outros grupos. Sua principal característica é a oposição militar a Israel, compartilhada com o grupo sunita Hamas.
O Hezbollah, liderado por Hassan Nasrallah, é considerado o partido político islâmico mais poderoso do Líbano, ganhando influência desde 1992. Além de sua influência política e militar, o Hezbollah oferece serviços sociais no país.