É perigoso- e corre o risco de ser uma faca de um gume só- o movimento de uma banda de jornalistas para investigar a origem do vazamento do material entregue ao The Intercept sobre revelações dos bastidores da Operação Lava Jato.
Primeiro porque o exercício da profissão inclui o sigilo da fonte.
Segundo porque os vazamentos dos diálogos ou investigações da Lava Jato para a grande imprensa não tinham rosto, todos sabiam as impressões digitais e não houve investigação sobre estes vazamentos.
Defender a quebra do sigilo da fonte e associar esta defesa ao pensamento de direita faz os pensadores da direita se revirarem nos túmulos do pensamento ocidental.
Mas, existem explicações que infelizmente se confirmam: a direita brasileira é, historicamente, associada a desmandos em nossa democracia culminando com soluções autoritárias, esgarçando a desumanidade.
Daí não ser surpreendente jornalistas-defensores do Estado Democrático de Direito serem- neste caso- empunhadores da faca de um gume só, rasgando o bucho do outro lado, preservando o próprio umbigo.
Pode ser que se diga que isso é “Estado Democrático de Direito”. Não é.
É o uso do juridiquês para a defesa do arbítrio.