Jogador do Vasco: Bernardo diz que ficou sob mira de arma e, nu, sofreu ameaças de traficantes


Correio da Bahia

O jogador Bernardo, do Vasco, negou em depoimento nesta segunda-feira (29) que foi fisicamente torturado, mas contou detalhes sobre a tortura psicológica e a pressão que passou na mão de traficantes no Complexo da Maré, Rio de Janeiro. Segundo o site da revista VEJA, Bernardo contou que não chegou a ser espancado, mas foi capturado pelos bandidos e chegou a ficar pelado enquanto era humilhado e sofria ameaças.

O atleta contou à polícia o mesmo que disse aos dirigentes do Vasco e à ex-mulher, Laila Fonseca, mãe de seus três filhos. Bernardo contou que rodou de carro por mais de uma hora, com uma arma apontada para sua cabeça, enquanto era levado a uma casa no alto do morro. Dentro do carro, o chefe do tráfico local, Marcelo Santos das Dores, o Menor P, o ameaçava o tempo todo – o traficante estava desconfiado de que Bernardo tinha um caso com uma de suas namoradas, Dayana Rodrigues, 23 anos.

Dayana também foi atacada pelo traficante – foi baleada nas pernas e no pé esquerdo. À polícia, a família da jovem contou que ela foi vítima de “balas perdidas” – sete. O advogado que acompanhava os familiares, Nilson Lopes dos Santos, é o mesmo que costuma cuidar dos casos de Menor P.

Em depoimento, Bernardo disse que nunca viu Dayana. O delegado José Pedro Costa, que interrogou o jogador, não quis dar detalhes sobre o depoimento. Já o meia deve se pronunciar publicamente sobre o caso, seja por nota ou coletiva, nesta terça, segundo Elvis Paes, advogado do jogador.
O crime
Suspeitando de que Dayana estava tendo um caso com Bernardo, que frequenta o Complexo da Maré, Menor P ordernou que os dois fossem levados para uma casa na Vila do João, onde eles teriam sido submetidos à tortura. Dayana foi baleada e precisou ser socorrida para o Hospital Souza Aguiar, onde ficou por quatro dias. Desde que saiu, ela não voltou para casa e está escondida.

Dois outros jogadores que tiveram o nome envolvido no caso foram chamados para prestar esclarecimentos à polícia – Wellington Silva, do Fluminense, e Charles, do Palmeiras. Silva negou que tenha sido ele o jogador chamado para ajudar Bernardo, falando aos traficantes que se o atleta fosse morto a favela ficaria cheia de policiais e com UPP no dia seguinte.

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