Convidar o deputado Davi Maia para conversar sobre verbas do Fecoep e construção de policlínicas com o governador Renan Filho, logo depois de uma acirradíssima disputa eleitoral, com arestas espetando por todos os lados, parece uma provocação para a briga do novo prefeito JHC, que em nada combina com o discurso de “desarmar o palanque” citado por ele logo após a confirmação de sua vitória.
Davi Maia tem seu papel na comissão de transição – que não é pequeno nem pouco- mas parece que ele quer assumir funções maiores- talvez as de um primeiro ministro?- quando o momento exige diálogo e humildade.
Davi Maia leva adiante uma oposição errática ao Governo Renan Filho na Assembleia. Na defesa do leilão da Casal, por exemplo, estava ao lado do Governo com o argumento adolescente do privatizar porque será bom. E pronto.
Sinais dos tempos. Artigos e livros substituídos por frases de efeito e de auto-ajuda mastigadas, prontas para uso e que circulam no Whatsapp.
Davi é essa oposição “moderna”, imatura, cheia de achismos, incendiária, lacerdista, copiando modelos do bolsonarismo, com muito grito e pouca repercussão, muito barulho em cima de coisa nenhuma e que já chegou a ser desclassificada pelos seus próprios pares na Casa de Tavares Bastos- que já é desclassificada por muitos dos seus representantes mas, neste caso, os deputados tinham alguma razão.
(Padrinho de Davi, José Thomaz Nonô era um modelo mais interessante de oposição. Seus discursos na Câmara dos Deputados merecem ser lidos ou ouvidos. Concordar é outra coisa.)
Por que JHC não escolheu o vice, Ronaldo Lessa, para construir esta primeira relação com Renan Filho? Ronaldo foi secretário de Agricultura, governador, deputado federal, prefeito de Maceió.
Ou será que JHC não pretende construir esta relação e aposta no “quanto pior, melhor”, daí a escolha de Davi Maia, o “novo” da política alagoana?
“Preto é preto? branco é branco? Ou: quando é que a velhice começa, surgindo de dentro da mocidade”- Guimarães Rosa
