JHC busca inaugurar uma perigosa agenda populista, mas sem o povo

Eleito como o novo na política e repetindo mantras usados em suas campanhas para o legislativo, o prefeito João Henrique Caldas (PSB) chega ao quinto mês de sua gestão sem conseguir negociar a aprovação do orçamento na Câmara nem definir as necessárias discussões para a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o próximo ano, documento que tem de ser encaminhado até 15 de maio.

Até agora, JHC realizou gastos públicos por conta, sem definir de onde viria este dinheiro. Foi barrado pelo Ministério Público Estadual que, no caso dos ônibus, obrigou o prefeito a dizer como custearia a redução de R$ 0,30 no valor da passagem e o passe livre, projeto muito menor que a promessa inicial. Sem o MP, JHC seguiria com o método ficcional das campanhas eleitorais.

Os meses de atraso para aprovar o orçamento que já deveria estar em vigor, o de 2020, podem produzir uma peça aquém da realidade, mostrando que o prefeito insiste em se manter longe dos mais vulneráveis. A preocupação com a justiça social serviria apenas para buscar emojis e likes nas redes sociais, seguindo o discurso desconectado da realidade.

Quanto aos atrasos para a elaboração da LDO 2022 e a intencional falta de debates com os bairros chamam a atenção. Não haverá tempo para que as pessoas exerçam o próprio direito de falar, mostrar as necessidades de onde vivem nem existe disposição do poder público de ouvi-las.

As principais decisões sobre a LDO 2022 estão sendo tomadas a quatro paredes, de cima para baixo, partindo de uma ideia arrogante e preconceituosa de que o povo nada tem a dizer; que o povo é incapaz de saber ou discutir sobre Maceió; que mentes iluminadas na administração municipal sabem tudo a respeito dos desejos, frustrações e o povo tem uma incapacidade natural e precisa ser tutelado pelos agentes estatais.

Isto não é o novo na política. É o velho autoritarismo que tem como uma de suas características o direito de restringir o que o povo tem a dizer.

A falta de interlocução política a temas mais relevantes e o amadorismo da Secretaria de Economia prejudicam uma agenda de Governo para os próximos anos.

E JHC vem abrindo, devagar, as portas para um populismo digital mas sem o povo, resolvendo pequenos favores, considerando petulância alguém saber mais que ele sobre os objetivos do povo.

A posição é frágil e se revela insuficiente para Maceió. Mas o prefeito parece ter se encantado por ela.

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