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Isnaldo Bulhões reclama um Brasil que só existe no Congresso

A entrevista de Isnaldo Bulhões a O Globo neste sábado, 12/4, não é o retrato de um país, mas da insatisfação da classe política com os poucos muros que ainda separam a sala de comando do orçamento do executivo pelo legislativo.

Bulhões associa a decepção do brasileiro com o presidente não ao custo de vida nem ao funcionamento ainda precário do SUS ou os desafios de sair da invisibilidade- questões na pauta do povo. Mas à burocracia nas obras e o efeito menos impactante do PAC.

Traduzindo: poderia circular mais dinheiro público nestas obras, porém ele pinga em velocidade menos esperada.

O deputado é político habilidoso mas ele habita uma bolha que se chama liderança do MDB na Câmara. E como Isnaldo sempre foi parlamentar- desde Alagoas – sua visão de mundo é a demanda do político e a capacidade de fazer do gestor, neste caso, o chefe do Executivo.

Em 2025, as emendas alcançarão R$ 59,5 bilhões. Em 2024, R$ 53 bilhões. E o que diz Isnaldo sobre este valor: “Adequado”.  E continua: “É uma pretensão legítima do Legislativo avançar cada vez mais na gestão orçamentária.”. E qual o papel do presidente da República, então? E onde estará o povo, levando em conta a posição do Congresso, de costas para o Brasil real, profundo?

Um país onde o Banco Central já pertence aos bancos e onde a política econômica caça políticas de correção histórica como o Bolsa Família. Isnaldo Bulhões faz parte dele, seguindo a lógica dos habitantes desta bolha insaciável.

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