Informações sob apuração da PC ligam morte de vereador a prefeita de Anadia

Porte de arma dado ao marido dela e voto de Minerva do vereador, que pediria afastamento de Sânia Tereza do cargo, devem reforçar investigações da polícia

Odilon Rios
reporternordeste.com.br

Apesar de não confirmar publicamente, informações de posse da Polícia Civil, sobre o assassinato do vereador de Anadia, Luiz Ferreira (PT), e a atuação política dele na cidade ligam, sim, o crime a prefeita, Sânia Tereza (PT).

A prefeita esteve nesta quinta-feira em Maceió, na Delegacia Geral da Polícia Civil. Ela descartou o envolvimento dela no episódio, pediu celeridade nas investigações e reforço policial na cidade.

A PC investiga, por exemplo, se houve a concessão de porte de arma ao marido da prefeita, Alexsander Leal, pela Policia Federal. O porte de arma deve vencer no próximo ano.

O dado é considerado importante porque o marido de Sânia foi denunciado em julho deste ano pelo médico, Claudemilniston Lourenço de Queiroz, que acusou ele e o filho dele de agressão dentro do hospital de Anadia. A partir disso ele pode- ou não (isso depende do rumo das investigações)- ser apontado como um provável suspeito.

Além disso, Luiz Ferreira, que era vice-presidente da Câmara de Vereadores e vice-presidente municipal do PPS, era tratado pelos nove vereadores do município como “o voto de Minerva” em um pedido de afastamento, a ser feito contra a prefeita Sânia pelos vereadores, nos próximos dias.

Segundo apurou o RA com integrantes do PPS, Sânia seria afastada da função pública por causa de irregularidades na administração pública. A reportagem não conseguiu, até a noite desta quinta-feira, descobrir quais são.

O placar estava empatado. E Luiz Ferreira- tratado como aliado de Sânia- deveria decidir pelo “sim”- ou seja- o afastamento de Sânia da chefia do Executivo Municipal por 5 a 4.

O PPS era aliado de Sânia, mas o afastamento do partido da base da administração de Sânia era fato consumado antes da morte de Luiz Ferreira- o que acabou no anúncio da candidatura dele à Prefeitura de Anadia, horas antes de ser morto.

Outro dado relevante é que as pessoas que mataram o vereador eram conhecidas por ele. As primeiras evidências levantadas dão conta que o carro estava em “ponto morto” e com o freio de mão ligado.

É como se o médico tivesse parado o carro para conversar ou ajudar alguém, antes de ser morto.

Ato Público

Na tarde de quinta-feira, o PPS- que tem o vice-prefeito e mais quatro vereadores- fez um ato público na Câmara de Anadia. No mesmo horário, a prefeita Sânia estava em Maceió, na Delegacia Geral da PC.

Havia um claro clima de revolta com a prefeita. E ele veio a público com a declaração do presidente municipal do partido, Dimas Almeida.

“O Luiz não era o candidato a prefeito da Sânia. Era do PPS. E qualquer um que diga, pelo PPS, que ele era o candidato da atual prefeita, está desautorizado a fazê-lo”, disse.

Em 18 de junho, Anadia completou 210 anos. Foi o crime, contra um político, considerado o mais brutal de sua história.

O promotor do município Maurício Wanderley pediu ajuda do Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) para atuar no caso.

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