Incertezas no exterior fazem Bolsa cair 2,40%

Diário do Nordeste

A Bovespa não conseguiu dar continuidade aos ganhos da última quinta-feira, e encerrou esta sexta-feira em queda, contrariando seus pares em Nova York. Diante das dúvidas em relação à continuidade dos estímulos econômicos nos Estados Unidos e da volta da Grécia ao noticiário, os investidores preferiram fugir da Bolsa brasileira, sobretudo os estrangeiros, que atuaram fortemente na ponta vendedora neste pregão.

No cenário doméstico, o clima de aversão a risco é intensificado pela onda de protestos em diversas regiões do País, fator que, segundo operadores ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, expõe a falta de habilidade por parte do governo de lidar com problemas internos.

O Ibovespa encerrou a sessão desta sexta com perda de 2,40%, aos 47.056,04 pontos, menor patamar desde 28 de abril de 2009 (quando fechou aos 45.821,44 pontos). No vermelho desde a abertura, o índice chegou a perder o nível dos 47 mil pontos durante a tarde, em queda de 2,69%, na mínima, aos 46.918 pontos Na máxima, mostrou ligeira baixa de 0,01%, aos 48.209 pontos.

O giro financeiro foi robusto devido à alta volatilidade e somou R$ 10,446 bilhões.

Na semana, a Bolsa contabiliza desvalorização de 4,61%. No mês de junho, a queda corresponde a 12,05%, e, no ano, chega a -22,80%.

Aversão ao risco

A aversão ao risco contaminou as companhias listadas em Bolsa como um todo; dos 71 papéis que compõem a carteira teórica do Ibovespa, apenas 11 conseguiram fechar no azul.

A queda de ontem foi conduzida principalmente por Petrobras ON e PN, que caíram 4,74% e 3,29%, respectivamente, e por OGX ON, que perdeu 5,75%. Ainda entre as blue chips, que são vistas pelos operadores como uma “porta de saída” em dias de fuga de capital, Vale ON recuou 1,62% e Vale PNA registrou desvalorização de 0,66%.

As outras empresas do grupo EBX, do empresário Eike Batista, ficaram entre os destaques de queda do índice na sessão desta sexta, com LLX ON e MMX ON em declínio de 14,17% e de 10,56%, nesta ordem. Elas só ficaram atrás de Copel PBN, que liderou as perdas, em queda de 16,66%, penalizada por declarações do governador do Paraná, Beto Richa, de que pedirá a suspensão do reajuste na tarifa de energia concedida pela Aneel.

Entre as poucas altas do dia, destaque para BR Properties ON, que subiu 3,81%, seguida por Cielo ON (+3,24%) e Suzano PNA (+1,89%). Em Wall Street, o índice Dow Jones encerrou o pregão em alta de 0,27%, enquanto o S&P 500 subiu 0,27%. Na contramão, o Nasdaq registrou baixa de 0,22%.

Câmbio

Após cinco sessões de alta, quando acumulou avanço de 5,46% ante o real, o dólar fechou ontem em queda, sob a influência do exterior e de fatores internos. O dólar fechou com recuo de 0,66% ante o real no balcão, cotado a R$ 2,2440. Na máxima do dia, vista às 12h33, o dólar era cotado a R$ 2,2750 (+0,71%) e, na mínima, verificada às 15h32, marcava R$ 2,2430 (-0,71%).

Da máxima para a mínima, a moeda oscilou -1,41%. Perto das 16h30 (horário de Brasília), a clearing de câmbio da BM&F registrava giro financeiro de US$ 1,806 bilhão, sendo US$ 1,750 bilhão, em D+2.

No mercado futuro, o dólar para julho era cotado a R$ 2,2490, em baixa de 0,62%.

Com o dólar em alta no Brasil, o Banco Central voltou à carga e anunciou a oferta de 80 mil contratos (US$ 4 bilhões) de swap cambial (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro). Porém, ao contrário do que ocorreu em dias anteriores, desta vez o BC ofereceu contratos com vencimentos mais longos (para 2/1/2014 e para 1/7/2014), numa tentativa, de tornar os leilões mais atrativos. Na operação, o BC acabou vendendo em um total de US$ 1,828 bilhão.

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