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IBGE faz as contas da fome em Alagoas

A erradicação da fome e da miséria continuam sendo os principais desafios de Alagoas. Quem mostra isso é o IBGE: pesquisa divulgada ontem aponta que, ano passado, um em cada três domicílios recebeu o Bolsa Família, um programa federal. São 383 mil lares.

É a maior proporção desde 2014 quando 35% dos lares recebiam o benefício.

Pelos números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) Contínua, Alagoas é o quinto no país com mais beneficiados pelo Bolsa Família.

Esta semana, em Brasília, o governador Paulo Dantas discutiu a retomada da construção do trecho 5 do Canal do Sertão, a maior obra hídrica de Alagoas, cortando cidades do sertão, as áreas mais pobres do Estado, mas que continuam sem programas definidos para aproveitamento da água e uso do solo fazendo da terra um instrumento de inclusão social.

Se os outros trechos do Canal do Sertão ainda não são aproveitados para a função social que deveriam praticar, para quê, afinal, insistir na conclusão de um 5o trecho?

Ontem, na apresentação do painel ‘Crescimento Verde no Brasil: Equilibrando Prosperidade e Sustentatibilidade’ do Banco Mundial en America Latina y el Caribe, discutia-se sobre o papel da Amazônia e dos povos que dependem da mata. Mas o recado era mais amplo: a terra não precisa ser destruída para melhorar a vida das pessoas, ofertar mais postos de trabalho.

É quase zero a chance de uma iniciativa legislativa. Os maiores latifundiários têm mandato, estão na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal.

Quando o MST anunciou ocupação de terras pelo país, os defensores de mais pobreza e mais miséria se levantaram de suas cadeiras na Assembleia. Alguns deles precisam do povo faminto porque durante a eleição distribuir cesta básica, almoços, jantares e cachaçada é moeda para comprar votos.

Paulo Dantas ainda pode levar o fim da fome como meta do Governo. Obra de mais impacto que todas as que pretende fazer.

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