O que incomoda mesmo o grupo liderado pelo senador Renan Calheiros, na compra do hospital pela gestão JHC, não são os indícios de superfaturamento nesta operação – aliás, o combate à corrupção não é bandeira do calheirismo.
O grupo não admite que os hospitais construídos pelo Governo durante a pandemia estão com leitos ociosos. Aliás, a Secretaria de Saúde sequer tem um plano próprio para zerar a fila das cirurgias eletivas, como não tinha um plano para o início do tratamento dos pacientes oncológicos, plano que só veio após pressão da defensoria pública (Ricardo Melro).
JHC tem a chance de transformar o futuro Hospital municipal em uma estrutura que zele pelo direito do cidadão. E encerre a politização eleitoral numa área que, convenhamos, Jota não conseguiu nos postos de saúde.
Renan Calheiros também tem sua chance. É lógico que o sistema público de saúde vai mal também porque o governo lucra com o caos e aproveita a conivência de instituições como o Ministério Público, hoje na mediocre fase de distribuir medalhas.
É hora do senador escolher. Está em jogo o futuro do calheirismo, um passo à frente em nosso processo civilizatório. Começando pela saúde.
