As histórias do norte alagoano, a quem interessa negar?
Quem sente necessidade de camuflar, as páginas engolfadas em exploração e sentidos dias, para populações mistas que por lá serviram ( e ainda servem) à sanha dos dominadores?
Terra quente de suor bebido, lágrimas derramadas, sangue tornado adubo…e extensos canaviais inférteis!
Norte que descaracterizou o índio nativo, matando e sepultando suas memórias, absorvendo a mão-de-obra sobrevivente no silenciamento do bolo alimentar a descer secamente pela garganta.
Garganta de negro molhada de água ardente, para aguentar a sina, a malsinada rotina de ser burro de carga nos canaviais.
Caboclo do norte, descendente das matas, dos rios e cachoeiras tornados vazão de veneno da indústria açucareira.
Quem quer desconversar sobre as histórias do norte alagoano, esse recanto profano para procriar e viver, de fato?
Quem precisa nos ouvir não fala a língua do povo. Encastelou toda ética no passado da colônia.
Altar dos deuses imundos, sacrificando a juventude, destruindo tantos lares!
Roubando filhos e netos, amores e poesias, elevando a heresia de autorizar a morte.
Até quando, lado norte?