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Heloísa Helena desiste de concorrer à reeleição na Câmara

Nos últimos anos, a vereadora Heloísa Helena (PSOL) virou alvo- apesar de apontar alvos- das próprias denúncias que levantou.

Foi ela, por exemplo, quem denunciou a Câmara de Vereadores pelo pagamento irregular da verba de gabinete. O Ministério Público confirmou a prática. E a Câmara- ao que parece- regenerou-se neste lado.

Porém, Heloísa virou alvo. Muitos dos que conversaram comigo falavam da necessidade dela deixar a política. “Porque grita demais”; “Porque é desequilibrada”; “Porque é centralizadora”; “porque não guardou o dinheiro dos salários recebidos na política”.

Em tempos de um país estarrecido com as denúncias de corrupção na Petrobrás e pós-mensalão, os adjetivos usados para a senadora poderiam soar menos enfáticos. Não soaram.

Heloísa tentou trazer à Câmara sua atuação no Senado Federal: o discurso vigoroso, a decepção estampada, o caráter predatório da política.

Virou uma forma antiga de se fazer oposição. Porque a oposição que se auto intitula transformadora ou evolucionária- destes novos tempos- espera as manchetes dos jornais para se pronunciar.

Não reage. É reagida. Evita expor-se ao conflito, que poderia destruí-la.

É a oposição adaptada ao ambiente midiático. Ligado os holofotes, a nova oposição deleita-se.

Desligadas as luzes, o meramente humano decepciona.

A reação de Heloísa Helena– e não suas virtudes- viraram a questão mais séria contra ela mesma.

Desistindo da política partidária, talvez as cobranças a Heloísa Helena sejam canalizadas aos demais vereadores. Ou à classe política alagoana.

Ou não.

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