Foto: Pei Fon/ Secom Maceió
Ao assumir há quatro meses a Saúde Municipal, José Thomáz Nonô prometia encarar a crise do SUS de peito aberto.
Usou o mesmo estilo quando era deputado federal e discursava em Brasília detalhando a insustentabilidade financeira da saúde pública.
Na sua posse, ao lado do prefeito Rui Palmeira, criticou a era Dilma Rousseff; chamou os vereadores para o seu gabinete; e, no dia a dia de trabalho, aceitou que postos de saúde fossem geridos pelas polêmicas organizações sociais, hoje no centro da crise da saúde no Rio de Janeiro.
Apesar do empenho pessoal de Nonô, o secretário não vem conseguindo desatar o nó do SUS.
A aposta agora é que o PAM Salgadinho- o maior posto de Maceió- feche as portas para reforma e seja reaberto em março.
E a UPA do Trapiche da Barra funcione enquanto outra unidade, no Benedito Bentes, vai sendo programada durante este ano.
A avaliação nacional é que o SUS vem sofrendo cortes enquanto a tabela de procedimentos médicos está defasada.
Em novembro do ano passado foram cortados R$ 3,8 bilhões da saúde- decisão do ajuste fiscal federal para pagar os juros da dívida pública.
E a crise arrastou meio milhão de brasileiros dos planos privados para o SUS.
Apesar do Brasil ser o segundo na América Latina que mais gasta em saúde, na relação com o PIB, o gasto percapita é pouco superior a 500 dólares enquanto na Argentina é de 721 dólares.
Há duas semanas, três bebês morreram na Maternidade do Hospital Universitário por causa da quantidade de profissionais da saúde.
Rui Palmeira acreditou que gerir a saúde era uma questão de estilo do administrador.
E Nonô, promotor público aposentado, é um gerentão sem forças para enfrentar, por exemplo,a falta de vacinas no segundo centro de saúde, que não é problema da saúde alagoana e sim uma questão nacional.
E agora?
Nem o prefeito nem Nonô têm a resposta.
