Gravuras de sítio arqueológico são vistas durante seca em Manaus

As gravuras rupestres que surgiram com a seca no Rio Negro são evidências do estilo de vida dos povos pré-coloniais que habitavam a região de Manaus, segundo o arqueólogo Jaime Oliveira, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Esta é a segunda vez que as gravuras do sítio arqueológico Ponta das Lajes aparecem, com uma data estimada de 2 mil a mil anos. A primeira descoberta foi feita em 2010, durante uma seca semelhante à que ocorre este ano. Desta vez, no entanto, foi possível observar uma quantidade maior de figuras.

O sítio arqueológico fica às margens do Rio Negro e possui uma área de aproximadamente 150 mil metros quadrados, incluindo uma praia coberta com lajes de pedra. Nas rochas é possível observar gravuras de rostos humanos, imagens de animais e cortes que mostram resultados de oficinas líticas, onde os povos indígenas fabricavam suas ferramentas.

Oliveira afirma que essas gravuras representam o modo de vida dos povos pré-coloniais e eram usadas como meio de comunicação social entre os grupos. Além disso, o sítio também revela evidências de uma ocupação densa na região durante o período pré-colonial, com organizações de sociedades complexas.

Apesar da importância histórica do sítio arqueológico, ele enfrenta problemas, como a acumulação de lixo trazido por visitantes que vão ao local para lazer. O Iphan já realizou atividades para a retirada de lixo e mantém uma rotina de vistoria e fiscalização no local.

O estado do Amazonas está enfrentando uma seca severa, com todos os 62 municípios em situação de emergência. A Defesa Civil registrou mais de 19 mil focos de calor no estado este ano. A subida do nível do Rio Negro é aguardada por pescadores e ribeirinhos, que enfrentam dificuldades de locomoção e relatam falta de recursos básicos e abandono por parte do poder público.

*Com Agência Brasil

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