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Grávida quebra costela após agressão de PM em protesto, diz MPL

O Movimento Passe Livre (MPL) afirmou na manhã desta quarta-feira (13) que houve “repressão forte e desnecessária” da Polícia Militar no início do protesto contra o aumento da tarifa do transporte público na noite desta terça-feira (12) na Avenida Paulista com a Rua da Consolação.

Segundo Luize Tavares, do MPL, cerca de 20 pessoas feridas foram levadas a hospitais. A maioria delas foi encaminhada ao Hospital das Clínicas e alguns à Santa Casa. “Deve ter um número ainda maior de pessoas que não foram aos hospitais”, disse.

Luize afirmou que pouco antes do início do protesto, uma grávida de seis meses levou um chute de um policial na barriga, caiu e fraturou a costela. “Ela recebeu os primeiros socorros no Metrô [Estação Paulista da Linha Amarela], mas por conta da fratura não conseguia andar e foi levada ao hospital de táxi”, disse Luize. O bebê não corre risco de morte.

Além dessa grávida, Luize disse que recebeu a informação de outra gestante que também ficou ferida.

O estudante de arquitetura Gustavo Camargo, de 19 anos, foi atingido por uma bomba de gás, teve fratura exposta, quebrou alguns ossos da mão e o tendão foi rompido, segundo familiares. Ele passou por uma cirurgia.

Outro jovem fraturou o tornozelo, segundo o MPL. Luize comparou o ato desta terça-feira com a “quinta-feira sangrenta de junho de 2013”.

O G1 pediu dados sobre os feridos à Secretaria da Segurança Pública e à Secretaria da Saúde, mas até o início da manhã desta quarta-feira não havia recebido as informações.

O secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, disse que os policiais militares lançaram bombas de efeito moral contra manifestantes nesta terça porque eles tentaram “romper o bloqueio” montado pela PM.

Para o MPL, a PM não pode pautar o trajeto. “No ano passado, a PM convidou o MPL para falar sobre os trajetos. Mas nós definimos o trajeto com quem está no ato, não com a polícia”, disse.

“Quando houve a repressão a gente percebeu que era uma emboscada, bomba atrás de bomba e o Centro cercado por policiais”, completou.

O MPL não sabe informar o número de detenções. Segundo o Bom Dia São Paulo, oito pessoas foram detidas. Moraes disse que os presos podem chegar a 11.

Houve dois casos de depredação, com vidros quebrados em uma agência bancária na Consolação e no Instituto Cervantes. A polícia diz ter apreendido duas bombas durante a manifestação.

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