Na manhã desta sexta-feira, 13 de junho de 2025, a Polícia Federal prendeu o ex-ministro do Turismo Gilson Machado em Recife (PE), sob suspeita de tentar obstruir a Justiça ao auxiliar o tenente-coronel Mauro Cid — ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro — a deixar o país com um passaporte português.
Segundo a investigação, Machado teria procurado o Consulado de Portugal no Recife em maio deste ano para viabilizar a emissão do documento europeu em nome de Cid, que é réu por participação em articulações golpistas. A Procuradoria-Geral da República (PGR) apontou indícios de favorecimento pessoal e tentativa de interferência nas investigações, o que motivou o pedido de prisão ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Apesar de a emissão do passaporte não ter sido concluída, a PF considera que Machado poderia estar buscando alternativas em outras representações diplomáticas. A operação também revelou que, em janeiro de 2023, antes da primeira prisão de Cid, houve procura por assessoria especializada em cidadania portuguesa, o que reforça a suspeita de uma estratégia de fuga.
Além disso, Machado é acusado de promover uma campanha de arrecadação de doações em dinheiro para Bolsonaro por meio de suas redes sociais, o que também chamou a atenção dos investigadores.
Gilson Machado, conhecido como o “ministro sanfoneiro” por suas frequentes aparições públicas tocando sanfona, presidiu a Embratur e foi candidato ao Senado e à prefeitura do Recife pelo PL. Ele vinha negando qualquer envolvimento com a tentativa de fuga de Mauro Cid.
Enquanto isso, o STF revogou a ordem de prisão contra Mauro Cid, que deverá prestar depoimento à PF. A defesa de Cid afirma que ele não tinha conhecimento da suposta iniciativa de Machado e que não houve tentativa de fuga.