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Frenesi e besteirol

Aprendi a respeitar muitas coisas que não compreendo, enquanto outras eu respeito por compreender suficientemente, o poder de coerção da mídia e outros instrumentos que atuam sobre a mentalidade, fomentando as quase incompreeníveis atitudes do povo imaturo desse tempo.

Tempo de ingerir veneno sorrindo de falsa felicidade, o frenesi do consumo, do imediatismo, do usufruto!

A valorização do famoso “besteirol” substituindo teores outros, toques e cheiros sob direcionamentos ávidos do mercado que lucra sobre as depressões.

Caímos no mesmo conto a cada tempo, sob nuances projetadas em acordo com as necessidades forjadas.

Espontaneidade é quase crime! Gente sorrindo está assustando quem passa, pois a carranca representa status, numa compreensão cada vez mais brutal de sociedade.

Violências abaixo da zona de conforto ferem-nos, somos povo que anda a pé, sente o calor do sol, compra em dez prestações, tem medo de bala perdida e encontros truculentos. Isso virou nossa rotina.

Procuro sem sucesso os jovens que escrevem poemas, as estudantes que colecionam cadernos de poesias, os álbuns de figurinhas que falavam de bem-querer…

Estamos individualistas, medrosos, vestindo capas de vampiros e vendendo a proposta de que quem não almoça é jantado.

Claro que compreendo. Por isso mesmo reflito, convido, abro esse espaço singelo de registro do pensamento.
Na certeza de que defender minha identidade é continuar sorrindo espontanaemente, falando respeitosamente com os que ainda não despertaram.

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