Filha de canibais era de uma das vítimas

A criança, que está sob guarda do Conselho Tutelar de Garanhuns, foi fundamental para a descoberta dos corpos de duas mulheres na casa onde os três viviam

Terra

Um exame de DNA confirmou que a menina de 5 anos criada como filha pelo trio acusado de homicídios e canibalismo em Garanhuns, no agreste pernambucano, é filha de uma das possíveis vítimas. A polícia suspeitava que a criança fosse filha de Jéssica Camila da Silva, que teria sido morta pelo grupo em 2008, em Olinda, região metropolitana do Recife. O corpo da mulher não foi encontrado.

O resultado do exame foi divulgado na quarta-feira. Para o teste, foi usado material genético do pai e do irmão de Jéssica. Na última sexta-feira, a Justiça pernambucana aceitou denúncia contra Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, Isabel Cristina Pires da Silveira e Bruna Cristina Oliveira da Silva por dois homicídios, furto qualificado, estelionato, falsidade ideológica, ocultação e vilipêndio (profanação) dos corpos de duas mulheres. A polícia ainda investiga se há outras vítimas do trio.

A criança, que está sob guarda do Conselho Tutelar de Garanhuns, foi fundamental para a descoberta dos corpos de duas mulheres na casa onde os três viviam. Quando o delegado Wesley Fernandes mostrou foto de uma das vítimas e perguntou para a criança se ela sabia onde a mulher estava a menina apontou para o quintal da residência. No local, foram achados os corpos de Giselly Helena da Silva e de Alexandra da Silva Falcão.

Segundo a denúncia, os acusados atraíam as vítimas com promessa de emprego. Elas eram mortas e tinham o corpo mutilado. Depois, o trio comia partes em um suposto ritual de purificação. As informações constam em um livro escrito por Jorge de forma doméstica. Passagens de Revelações de um esquizofrênico levaram a polícia a investigar também a casa onde o trio morou em Olinda. No local, foi encontrado parte de um corpo, possivelmente de Jéssica. O exame de DNA dos restos exumados ainda não ficou pronto.

A filha de Jéssica foi levadA para um abrigo e terá acompanhamento psicológico. Depois, ela viverá com o avô materno, Emanuel Araújo. A reintrodução da menina à família será acompanhada pela Justiça. “Quero criar a minha neta. Espero que ela venha logo para nossa casa”, disse o avô.

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