Documentos inéditos produzidos pelo serviço de inteligência do governo Fernando Henrique Cardoso revelam que o Brasil suspeitou da existência de atividades terroristas na região da tríplice fronteira com a Argentina e o Paraguai. Os relatórios citam ainda o risco de o terrorista Osama bin Laden atacar em território nacional, três anos antes dos atentados de 11 de setembro de 2001. Os relatórios divulgados pela Lei de Acesso à Informação contradizem a posição oficial do Brasil, que sempre negou possuir indícios da atuação terrorista na área. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
Relatórios feitos em 1999 apontam suposta reestruturação na atuação do Hezbollah, grupo extremista libanês. Em outro trecho, a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) diz que existem atividades centralizadas em Ciudad del Este, no Paraguai, e em São Paulo, levantando uma ação “conjunta com grupos radicais de origem egípcia, que têm presença na fronteira do Brasil com o Uruguai”. Em 1998, outro documento cita Bin Laden, que havia acabado de atacar embaixadas americanas na África. Segundo arapongas, o cenário levantava a “hipótese de ocorrerem atentados no território brasileiro, bem como na América do Sul”. Há ainda trechos que apontam a atuação de membros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) no tráfico de drogas no Brasil.
