Repórter Nordeste

Família de professora morta por marido teme que caso ‘esfrie’

A família da professora Claudenice Pimentel- morta pelo marido em agosto do ano passado- reclama da morosidade das instituições públicas, em especial da Justiça. Segundo a irmã da professora, Claudiane Pimentel, o cabo da Polícia Militar José Cabral Nascimento- marido e acusado no crime- protela os depoimentos no Judiciário. E ela teme que ele seja solto.

“O que eu sinto é que anda tudo muito devagar. A gente fica esperando resposta mais rápidas e elas não vêm. Ele desmaia nos depoimentos na Justiça. E tudo é adiado”, disse. Quatro audiências- segundo ela- foram desmarcadas.

Em 3 de agosto do ano passado, Claudenice Pimentel foi amarrada na cama, assassinada e teve a casa queimada pelo marido, na cidade de Arapiraca.

A filha de Claudenice, Keroly Oliveira Pimentel, de 15 anos, tentou salvar a mãe, mas foi estrangulada pelo cabo da PM e obrigada a beber gasolina.

Resgatada da casa em chamas, teve 20% do corpo queimado, além de braço e mão deformados e problemas gástricos. “Ela queria ser modelo. Ele destruiu tudo”, disse a irmã da professora morta- e tia da adolescente.

O cabo da PM foi preso pelo crime.

Dez dias antes do assassinato- motivado por ciúmes, a funcionária pública procurou a delegacia da mulher e denunciou que apanhava do marido.

“Eles enviaram uns PMs para a casa da minha irmã. Conversaram com ele e ficou por isso mesmo. Ele solto, com ela em casa. Depois, a gente viu o que aconteceu”, disse Claudiane Pimentel.

“Temos medo porque a família dele é formada por militares. Ele fazia chantagens contra minha irmã. Queria R$ 100 mil para se separar dela. Ele tinha ciúmes, ele não deixava ela sair de casa, proibia ela de se encontrar com a gente. A gente via quando ele saía de casa. Não queremos que o caso esfrie para a sociedade porque senão ele é solto e ele pode tentar algo contra nós”, disse a irmã da funcionária morta.

Sair da versão mobile