Evo Morales denuncia calote de empresa brasileira em fábrica de papéis boliviana

AFP

O presidente da Bolívia, Evo Morales, denunciou nesta terça-feira (25) que uma empresa brasileira enganou o governo boliviano no projeto de instalação de uma fábrica estatal de papel (Papelbol), que agora ficará a cargo de uma corporação chinesa. “Estamos retomando (o projeto) e agora vamos terminá-lo com uma empresa chinesa”, disse o presidente na cidade de Villa Tunari.

A Papelbol devia ser instalada na região do Chapare (centro), região produtora de coca e principal bastião político do presidente. O chefe de Estado afirmou que, apesar do tropeço, “daqui a três meses” a fábrica estará pronta. Morales não mencionou o nome da empresa brasileira questionada, a D’Andrea, que é investigada por suposto superfaturamento em um contrato com o Estado boliviano por 13 milhões de dólares para a venda de maquinaria para a fabricação do papel. A empresa nega a acusação e denunciou que seu pedido de arbitragem foi rejeitado pelas autoridades bolivianas.

“Lamentavelmente, devemos reconhecer que por culpa das empresas temos que pagar politicamente por estes fatos”, acrescentou Morales sobre a situação. Após a fracassada tentativa inicial, a instalação da fábrica de papel estará a cargo da empresa chinesa Vicstar. Em seu afã de fortalecer a presença do Estado na economia, o governo do esquerdista Evo Morales impulsiona a criação de empresas estatais.

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