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Estatísticas positivas quebram discurso de movimentos que criticam Lula

Entre os ruídos exacerbados deste tempo, onde o Brasil pende para uma ditadura teocrática sob os aplausos dos moralistas obtusos, eis que um dado estatístico alegra o período pós-Lula, pós-PT, como resultado direto das políticas públicas implantadas naqueles governos: a elevação do ingresso de brasileiros negros nas universidades ao ponto de serem considerados maioria!

É uma colheita sui generis! Nesta escatológica sociedade racista, que morre e não muda o vício de negar seu racismo mas na prática aplica rigoroso apartheid, definindo os caminhos sociais pela cor e origem étnica.

Mas é neste chão estratificado em guetos, que os ecos insatisfeitos de alguns movimentos sociais, a desconsiderarem inclusive o contexto fascista que nos ronda, apontam falhas ao governo Lula, como se com isso levantassem um trunfo na cara da esquerda.

Ledo engano, marcado por desavisadas análises conjunturais, que não levam em conta o peso secular das estruturas!

O que Lula e o PT conseguiram fazer no impulsionamento das políticas afirmativas, foi deveras impactante! Saiu da pasta documental para a vida material, movimentou a roda emperrada da mobilidade social pela elevação cultural, abrindo (mesmo à força) espaços de qualificação e trabalho.

Inserção de periféricos em espaços elitizados, é política pública de difícil execução, pois as grades separatistas são invisíveis também; ou seja, mesmo conseguindo matricular, permanecer nestes espaços não é fácil, requer consciência de legitimidade para resistir ao bullying, e para alcançar esta postura é preciso confiar na representatividade política promotora.

Quem enche as bocas para afirmar que Lula investiu apenas no acesso ao consumo material, esqueceu de olhar para este lado, onde as ações afirmativas qualificaram para o trabalho e novas perspectivas de históricos familiares.

Por esta e muitas outras razões, continuamos a defender que os movimentos que se dispuserem a criticar Lula devem fazer uma avaliação mais madura do que significou a passagem deste indômito para a história real do Brasil.

Não é tolerável ouvir comentários levianos por parte de movimentos sociais, quando as estatísticas mostram que o caminho apenas iniciado pelas políticas afirmativas a despeito de toda conjuntura racista e impiedosa, foi capaz de mudar tão rapidamente um panorama que parecia estanque.

É preciso somar vozes, e além de Lula Livre, lutar por Lula Inocente!

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