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Espiritismo não institucional, nossa libertação

A necessidade de uma escrita sistemática sobre os efeitos da institucionalização do espiritismo no Brasil, desponta com muita força nestes dias de reflexão, como sinais de um tempo que pede renovação, para não desligarmos nossas intenções da referência divinal em nossos atos.

Institucionalizar o senso de religiosidade tem ajudado ou atrapalhado os processos de espiritualização humana?

Se olharmos com acurada paciência à história das religiões, perceberemos sem muito esforço que a institucionalização foi caminho de arregimentar poderes, facilitando não somente o despontar da força política, mas também beneficiando pessoas com titularidades e cargos, permitindo de muitas maneiras que suas próprias interpretações de Deus ganhassem ares absolutos.

Se o espiritismo brasileiro tem forte timbre igrejeiro, não é de causar espanto que despontem personalismos atrelados à mediunidade que também foi institucionalizada através da publicação de livros. Que fique bem compreendido aqui a análise e não a crítica aos livros. Pois seria um contrasenso de nossa parte, afinal os livros devem ser lidos e analisados, questionados e discutidos, sendo apenas canais de transmissão, que nunca deveriam ter sido confundidos com as tábuas de Moisés.

Pelas vias das políticas federativas e suas publicações fartas, o movimento espírita brasileiro apresenta vias de acesso ao público leitor, que deveria assumir a responsabilidade do filtro, mas demonstra que sozinho não o faz, sendo necessário ser provocado à reflexão por livres pensadores que assumem os riscos de mostrar suas escolhas.

Eis a motivação que pulsa no imo da alma pensante: assumir o livre arbítrio para refletir com Allan Kardec!

Onde o instituído lavrou privilégios, porém, tal iniciativa é compreendida com a má vontade de quem se agarra a uma zona de conforto, mesmo que esta represente estagnação!

Como aceitar esta limitação quando a vastidão do pensar pode nos elevar em qualidade e finalidade existencial?

Como recusar Deus em sua liberdade, nos libertando?

Sim, não iremos recuar. Deus nos atrai em grandeza libertária, espiritualizando relações profundamente sinceras com o uso da razão na filosofia espírita!

O personalismo federativo de médiuns brasileiros não alcança a magnitude da filosofia espírita, que é a voz da liberdade mostrando o caminho da redenção e do impulso aos altiplanos, aos espíritos ávidos por vida em abundância!

Instituir o que é humano tem sido possível e os efeitos nem sempre são dignos, mas institucionalizar a espiritualidade não será contabilizado entre os êxitos deste mundo. Por isto também, graças a Deus!

Continuemos a estudar, libertando o espírito do bolor institucional.

2 respostas

  1. Será que é possível a não institucionalização numa sociedade complexa? Não seria o caso dos dissidentes e insatisfeitos no movimento criarem uma nova instituição? Não seria o primeiro caso na história do Cristianismo, ao contrário, parece ser a regra. O descontentamento com a forma federativa, que desconheço ser mais democrática, mesmo que imperfeita porque é composta por pessoas, é o que tem feito o espiritismo caminhar para quem precisa dele. Vamos ler as cartas de Chico Xavier à Wantuil de Freitas na parte que ele fala da perseguição interna do movimento, o chamado “Fogo Amigo”.

  2. Nos dias de hoje há uma necessidade de institucionalização. Adiante, porém, quando o espiritismo se tonar o futuro das religiões, ou seja, todas adotarem a ideia da pluralidade dos mundos e das existências, não mais haverá necessidade de institucionalização, exceto para os que desejarem seguir a doutrina no contexto religioso do “Kardecismo”.
    Para isso se concretizar é necessário haver estudos institucionais e os não institucionais. Porque espiritismo é liberdade, é caridade e amor. Como então se institucionalizar os mais nobres sentimentos humanos?

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