BLOG

Espíritas falam de política

Percebendo o afinco com o qual valorosos espíritas brasileiros manifestam envolvimento salutar com as temáticas sociais, inclusive aquelas relativas ao envolvimento político destas horas, alisto meu verbo na mesma perspectiva porque acredito que evoluímos politicamente.

Esta percepção evolutiva desmistifica todo fanatismo religiosista, que impregnado de moralismo classista, tem atrapalhado muitos caminhos, atrasando a autonomia amorosa dos espíritos.

“Para o espírita, contrariamente às deduções dos críticos mal intencionados, o homem é a verdadeira causa atuante, consciente e propulsora da dinâmica social, o fator primordial e essência do desenvolvimento progressivo da sociedade, ao qual se subordinam os demais fatores de ordem material”(PORTEIRO, p.70) Partindo deste entendimento, abraçamos como nossas causas, aquelas que beneficiam povos, que são todos irmãos.

Como não abordar a situação crítica do nosso país?

Como conseguir falar de amor sem lembrar a dor imposta a esta nação, através das decisões políticas de um governo que se utiliza de discursos moralistas para executar as piores ações com reflexos em todas as áreas de interesses societários de sobrevivência e dignidade humana?

Espíritas precisam dialogar mais com espíritas!

Obviamente que este anúncio não exclui o diálogo fraternal e educado com outros indivíduos, o objetivo do destaque se volta aos números estatísticos que alertam para o envolvimento do meio espírita brasileiro com os delírios patrióticos de Bolsonaro, apesar de tudo o que já foi mostrado sobre suas políticas de morte.

Ainda existem aqueles que expressam a pseudo-assepsia política e partidária dos espíritas, como jargões de isenção do campo analítico, a justificarem apoio ao imerecido nome do presidente, representante do peso esmagador do agronegócio e suas relações predatórias com o trabalhador e o consumidor, que vão desde o controle do alimento ao tipo de veneno nele empregado.

A responsabilidade do voto nunca foi tão letal, e não será possível ter consciência tranquila sem colaborar de alguma maneira para a superação deste estado de cumplicidade com tantos crimes hediondos, que perpassam desde o prato vazio e/ou envenenado do brasileiro aos corpos, que são vestimentas dos espíritos, obras da vida em suas poéticas manobras de melhoramento do ser.

Espíritas brasileiros, ouçamos as vozes dos que sofrem por efeito deste momento político infernal. Tenhamos a coragem de admitir que o amor é libertador, combativo, e faz da sua voz denúncia quando é necessário. Se não fosse para engrossar as fileiras das lutas transformadoras em benefício da vida “o Espiritismo não serviria mais do que para justificar todas as infâmias e garantir o gozo de uns às expensas da desdita e da dor dos demais”. (PORTEIRO, p.72)

O amor também diz não! Não ao ódio, não à violência, não à morte imposta pelo poder dominante!

O amor é político!

Pela busca da igualdade de direitos e melhores condições existenciais sobre a Terra, o amor é a face de Deus entre nós.

 

Fonte consultada: PORTEIRO, Manuel S. Conceito Espírita de Sociologia

 

 

SOBRE O AUTOR

..