Espectro: Tribunal de Contas de Alagoas aprovou contratos entre empresas laranjas e Governo

O que chama a atenção é que o Tribunal de Contas de Alagoas, que fiscaliza a legalidade dos contratos, não percebeu que os valores- na soma geral, R$ 300 milhões- não estavam acima da média do mercado. E, mesmo assim, receberam o aval da Corte de Contas

Após a fase de prisões e holofotes, as investigações da Operação Espectro entram na análise minuciosa dos contratos assinados entre o Estado e as cinco empresas citadas na trama que prendeu dois coroneis, um tenente da Polícia Militar e quase pôs atrás das grades o ex-secretário de Defesa Social, general Edson de Sá Rocha.

Os dados são impressionantes. E, entre os citados, aparece o ex-delegado Geral da Polícia Civil, Marcílio Barenco.

Veja mais: Os contratos fantasmas aprovados pelo TC de Alagoas

O que chama a atenção é que o Tribunal de Contas de Alagoas, que fiscaliza a legalidade dos contratos, não percebeu que os valores- na soma geral, R$ 300 milhões- não estavam acima da média do mercado. E, mesmo assim, receberam o aval da Corte de Contas.

As empresas AL Frutas Ltda EPP, PP dos Santos Neto e Maria Eunice Lopes da Silva fornecem mercadorias- pelo relatório do setor de inteligência fiscal do Governo- costurando as ações com operações fictícias, compras de mercadorias fantasmas e sócios laranjas, “culminando com a emissão de notas fiscais inidôneas, com o objetivo de maquiar a entrada de mercadorias fictícias para os órgãos públicos, especialmente as direcionadas para o sistema prisional alagoano, causando milionário desfalque ao ente estatal.”, conforme a denúncia apresentada pelo Gecoc, à 17a Vara.

Alguns destes contratos foram assinados em caráter emergencial e não apenas para o sistema prisional de Alagoas. Mais: outros órgãos públicos devem ser incluídos na fase 2 da Espectro.

Por exemplo: a empresa Cecoal Centro Comercial de Alagoas Ltda ainda mantém vínculos com o Governo: recebeu este ano R$ 4.601,90 da Universidade Estadual de Alagoas, a Uneal.

Em 2011, a mesma empresa ganhou uma bolada: quase R$ 740 mil (exatos R$ 739.038,80), a maior parte vindos da Polícia Militar (R$ 532.440,89).

A Intendência do Sistema Prisional pagou R$ 100.869,50 à Cecoal; a Uneal, R$ 28.697,55; Polícia Civil, R$ 40.211. E a lista se estende, com valores menores de R$ 20 mil, para as secretarias da Mulher, Defesa Social, Gestão Pública, Gabinete Civil, Ideral, Fapeal e Fundo de Defesa do Consumidor.

Apenas em 2010, a AL Frutas Ltda forneceu exatos R$ 276.694,70, em alimentos, à Polícia Militar.

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