Entre acusados de assassinato e formação de quadrilha, Kassab lança PSD em Alagoas

PSD é “o ideal e a chama da renovação”; ficha de fundação tem 12 prefeitos, 56 vereadores, um deputado estadual e um federal

Odilon Rios
Do Repórter Alagoas

Entre acusados de assassinato, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM) lançou, em Alagoas, o Partido Social da Democracia- o PSD- legenda, segundo ele, com “o ideal e a chama da renovação”.

“[Temos] o ideal e a chama da renovação, a vontade de acertar e a oportunidade de aprender com os erros dos outros partidos que ao longo do tempo, na sua grande maioria, entenderam que qualquer que seja a avaliação que fazem desse partido, o PSDB, todos sabem que existem líderes experientes com vontade de renovar”, disse Kassab.

O partido será liderado pelo deputado federal João Lyra (PTB) e o prefeito de Maceió, Cícero Almeida (PP), futuro presidente da Executiva Municipal do partido.

Almeida foi indiciado, em 2007, pela Polícia Federal, por participar de um esquema, na Assembleia Legislativa de Alagoas, que desviou R$ 300 milhões.
É acusado de formação de quadrilha, peculato, lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro nacional.

Ele responde também por atos de improbidade administrativa- em investigações realizadas pelo Ministério Público Estado em empresas de coleta de lixo. O esquema, segundo o MP, desviou R$ 200 milhões dos cofres públicos. O pedido de cassação do mandato e prisão é analisado pelo Judiciário.

“Todos sabem destas acusações, mas, uma pesquisa mostra que 83% das pessoas confiam em mim”, disse o prefeito, em discurso, logo em seguida aplaudido.

O primeiro a assinar o ato de filiação no PSD foi o deputado estadual Dudu Holanda (PMN). Em 2009, Dudu se envolveu em uma briga com o vereador Paulo Corintho (PDT) durante uma festa de Natal. O vereador acusou o novo pesedista de arrancar, a dentadas, parte da orelha dele. Dudu sempre negou a acusação.

Ao lado de Kassab estavam o ex-deputado estadual Celso Luiz- líder, segundo a PF, da organização criminosa (ORCRIM)- que desviou os R$ 300 milhões- e o vice-presidente da Assembleia Legislativa, Antônio Albuquerque (PT do B)- que chegou e deixou logo o evento.

Albuquerque foi preso em uma operação da polícia civil por crimes de pistolagem. Ele é acusado de matar o ex-cabo da Polícia Militar, José Gonçalves, em 1996 em um “consórcio de deputados”.

Foi indiciado em 2007 por liderar a ORCRIM que desviou verbas da Assembleia.

Na disputada festa de filiação- realizada em um hotel de luxo na área nobre de Maceió- o ex-deputado Gilberto Gonçalves- preso várias vezes por ações trabalhistas e por fraudes na Assembleia- estava na lista de convidados e apareceu para avaliar o novo partido.

Gravações da Polícia Federal mostraram que o então deputado Gilberto Gonçalves cobrava, a um diretor da Assembleia Legislativa, parte do dinheiro do esquema criminoso. Verba, segundo ele, “roubada”.

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