Ênio Lins é jornalista
O Brasil está numa batalha tão profunda que o resultado das urnas, em si mesmo, já é secundário.
A onda fascistóide não vai recuar. Ganhe ou perca, a extrema-direita quer ver dos outros sangue, suor e lágrimas.
Cá, do outro lado, se permanecermos em nossas bolhas, repetiremos o papel dos judeus nos guetos quando o nazifascismo avançou. Se ganharmos e não mudarmos essa concepção, não governaremos.
Ampliar é o que importa desde o início deste processo. Mas não fizemos isso até agora, seguimos nas nossas tribos, mesmo crescendo de forma heróica.
A hora é para a frente ampla, única, antifascista. Frente multiforme, plural, maior que a esquerda, maior que o centro, maior que crenças e opções de quaisquer tipos.
Ganhar ou perder no domingo não é o mais importante.
O que valerá mesmo é a capacidade de quem é antifascista aceitar o outro, apoiar e se apoiar no diferente.
União ou barbárie, esta é a questão.