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Empréstimos, em dólar, da era Vilela viram problema no Governo

Ao questionar onde foram parar os R$ 2,5 bilhões dos empréstimos tomados na era Teotonio Vilela Filho (PSDB), o governador Renan Filho (PMDB) tinha uma informação, da Secretaria da Fazenda, sobre estes empréstimos tomados a bancos internacionais.

É que eles foram tomados em dólar. Quando Vilela estava à frente da administração estadual – e ao autorizar estes empréstimos- o dólar estava a R$ 1,90; hoje passou dos R$ 3 e o impacto disso nas contas é alto.

Por mês, o Governo pagava 1,3 milhão de dólares para honrar a dívida; agora, não menos que 2,3 milhões de dólares.

Ao analisar o papel destes empréstimos, o mestre em Economia Aplicada pela Ufal, Wagner Torres, diz que eles viraram uma herança maldita.

“Os governos posteriores receberão uma herança maldita no que se refere ao elevado serviço da dívida em um contexto de reduzida geração de emprego e renda e principalmente de uma melhora da infraestrutura”, explica Torres, no artigo “O Processo de Involução Econômica do Estado de Alagoas, de 2002 a 2014”, publicado na revista Economia Política do Desenvolvimento.

Pela lista do especialista, este é o retrato das contas estaduais:

– Em maio, o Governo estimava que a Previdência alagoana fecharia 2017 com “rombo” de R$ 1,5 bilhão. Na linguagem dos técnicos, esse é o tamanho do déficit previdenciário. Mas, novos cálculos mostram que a realidade pode ser ainda mais dura: “rombo” de R$ 1,957 bilhão.

– O aporte do Tesouro para financiar o déficit da Previdência- de 2008 a 2016- saltou de R$ 569,4 milhões para R$ 1,379 bilhão ano passado. Aumento de 142,23%.

– E a União deve ao menos R$ 150 milhões aos cofres estaduais. Deve e não paga. O servidor se aposenta contribuindo para o INSS. Daí, o instituto tem de restituir todo o dinheiro para que o Estado promova os pagamentos. É este dinheiro que não é encaminhado para os cofres locais.

– O orçamento do Tribunal de Justiça cresceu, de 2011 a 2016, 76,29%. Em média, a despesa liquidada dos poderes alagoanos, neste mesmo período, cresceu 65,09%.

– E ainda tem o pedido de recuperação judicial das usinas ligadas à Cooperativa Regional dos Produtores de Açúcar e Álcool. O impacto disso na geração de empregos ainda é imprevisível.

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