Ícone do site Repórter Nordeste

Em SP, mortes cresceram com ação policial

Os números de mortes em assassinatos na capital paulista mostram que uma ação das Rondas Extensivas Tobias Aguiar (Rota) na zona leste no final de maio pode ter sido o pontapé inicial da onda de violência em São Paulo. As estatísticas de homicídio doloso do site da Secretaria de Segurança Pública estadual (SSP-SP) mostram crescimento de 33% entre junho e setembro na comparação com igual período do ano passado.

No dia 29 daquele mês, três integrantes da Rota acabaram presos após a morte de seis suspeitos de pertencerem à facção conhecida como Primeiro Comando da Capital (PCC) em um bar na favela Tiquatira, na região da Penha. No local estaria acontecendo uma reunião para traçar um plano de resgate de um preso que seria transferido. As investigações da Polícia Civil indicaram ter havido a execução de um dos suspeitos, enquanto os PMs envolvidos sustentam a versão de uma violenta troca de tiros ter motivado as mortes.

Após este acontecimento, de acordo com os números consolidados da SSP de junho a setembro, as mortes em homicídio doloso na capital, descontados os de acidentes de trânsito, pularam de 365 em 2011 para 486 em 2012. Foram 134 mortes por assassinato em junho de 2012 contra 90 em junho de 2011 (aumento de 49%) e o crescimento é ainda mais expressivo se a comparação mês a mês confrontar os setembros de 2011 e 2012: 71 mortes contra 139 (aumento de mais de 95%).

História da Carochinha
Este aumento considerável seria a principal linha de investigação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para explicar a onda de violência que vitima em especial policiais militares e cidadãos da periferia da capital e da região metropolitana. Segundo um delegado que pediu para não ser identificado, o crescimento dos homicídios mostram a relação entre a ação sangrenta da Rota e a reação do crime organizado. “Basta comparar com outros anos. Por que em 2010 não teve a mesma coisa? Por que em 2011 não teve a mesma coisa?”, questionou.

Procurada, a SSP-SP ainda não se pronunciou sobre a possível relação entre as mortes de suspeitos na zona leste e o surgimento da onda de violência. O mesmo delegado coloca em dúvida também a versão oficial de que uma denúncia anônima teria dado a informação sobre o encontro. Para ele, um grampo teria entregado a informação. “Isso de denúncia anônima é ‘história da carochinha'”, afirmou. Oficialmente, altos oficiais da PM colocam em dúvida até a existência de uma ação orquestrada da facção criminosa contra seus agentes.

Após a descoberta de escritos que pertenceriam a integrantes do PCC na favela de Paraisópolis, que conteriam o nome de 40 policiais que seriam mortos em represália ao assassinato de integrantes da facção, o coronel César Augusto Morelli afirmou que existe “muita novela” em cima do “salve geral”, como ficaram conhecidos os ataques do PCC em 2006, e disse que a recomendação para a tropa é a mesma de sempre. “A recomendação é a mesma. Colocou uma arma na cintura, fica esperto. Tem alguém que não gosta de você. Aquele que desliga o cachimbo cai”, afirmou.

Onda de violência 
Desde o início do ano, ao menos 90 policiais foram assassinados no Estado. Desse total, 18 eram aposentados e três estavam em serviço. Além disso, o Estado continua a enfrentar um grande índice de violência. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública, só na capital houve um crescimento de 102,82% no número de pessoas vítimas de homicídio no mês de setembro, em comparação ao mesmo período do ano passado. Em todo o Estado, a alta foi de 26,71% no mesmo período.

As informações são do Terra

Sair da versão mobile