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Em São Paulo, presidente do TJ bate boca com jornalista e acusa imprensa de fazer campanha contra Judiciário

Em entrevista coletiva, ao lado da corregedora nacional de Justiça, Eliana Calmon, o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Ivan Sartori, acusou a imprensa de promover uma campanha para “denegrir” o Judiciário paulista.

Desde o final do ano passado, o TJ do Estado está no centro de uma crise por conta de inspeções na folha de pagamentos dos seus magistrados realizada pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Sartori assumiu a direção do tribunal em janeiro.

“Estou querendo dizer isso há muito tempo, existe uma campanha para denegrir o Judiciário do Estado de São Paulo. Aqui não temos nenhum problema, o problema que houve foi de pagamentos antecipados e isso está sendo apurado. Não posso admitir esse movimento para denegrir o Judiciário”, disse.

Em seguida, emendou: “Repilo esse movimento, partindo principalmente da Folha de S.Paulo e de ‘O Estado de S. Paulo'”.

Irritado, Sartori bateu boca com jornalista de “O Estado de S. Paulo” ao responder perguntas sobre suspeita de pagamentos irregulares para magistrados. Sentada ao lado dele, Calmon chegou a recomendar que o presidente do TJ se acalmasse.

“O jornal ‘O Estado de S. Paulo’ e a Folha de S.Paulo estão denegrindo a imprensa. Desafio esses dois jornais a vir aqui e descobrir outra coisa além do que eu já falei.”

Ele disse que a visita da corregedora do CNJ ontem sinalizava que o tribunal “não tem nada a temer”.

Ao final, disse que “como existem os maus juízes, existem os maus jornalistas”.

A corregedora do CNJ afirmou que o órgão elabora um relatório de inspeção para checar as suspeitas de irregularidades. “Vamos esclarecer de uma vez por todas isso que chamam de pagamentos milionários”, disse.

Precatório

Ela afirmou que o CNJ examina os motivos da demora no pagamento de precatórios do Judiciário no Estado, segundo notícia publicada ontem pelo “Estado”. “Vamos verificar se a demora no pagamento dos precatórios é de má fé ou de boa fé. Até agora o que vimos foi uma dificuldade operacional em razão do volume de processo que temos.”

“[Os precatórios] Não estão sendo pagos porque o tribunal não quer pagar e quer se locupletar, ou porque o tribunal está sem condições operacionais?”, disse.

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