Repórter Nordeste

Em nome das construtoras, delegacias e escolas serão reformadas duas vezes

repintura

Nunca antes na história, construtoras faturaram (ou vão faturar) duas vezes em cima de prédios públicos reformados há menos de 10 anos.

O Governo descobriu que o problema da educação em Alagoas não está no analfabetismo nem nos professores doentes ou na evasão escolar.

E sim em escolas não reformadas.

O secretário de Educação, Luciano Barbosa, carregou a tinta da caneta. E arreganhou as portas para as construtoras.

No apagar do ano de 2010, a era Teotonio Vilela Filho distribuiu R$ 40 milhões, sem licitação, para reformar escolas.

163 unidades de ensino foram fechadas para os retoques.

E os índices não mudaram.

Nem vão mudar após o governador Renan Filho entregar todas as unidades, novamente reformadas.

Agora, anuncia-se a reforma de delegacias.

Em janeiro de 2012, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostrou que 13,8% das 95 delegacias alagoanas estavam interditadas.

Em dezembro de 2008, o Governo anunciou a reforma de delegacias com recursos do BID e do Banco Mundial.

Quatro meses depois, abril de 2009, o Governo decretou situação de emergência na segurança para reformar delegacias. O quê garantia dinheiro, sem licitação, para as construtoras, a ser fiscalizado pelo sempre atento Tribunal de Contas.

Agora, o delegado Geral da Polícia Civil, Paulo Cerqueira, diz que há 30 anos “não tínhamos reformas de maneira tão intensificada, é um momento de reassumir compromissos e nos empenharmos juntos para mudar a realidade da segurança pública em Alagoas”, segundo mostra a Agência Alagoas.

Ou o Governo riscou a era Teotonio Vilela Filho da história; ou o Tribunal de Contas é Faz de Contas; ou o então governador não reformou as delegacias.

Mas isso não é importante; o importante é o faturamento das construtoras para Alagoas seguir avante.

Para quê mesmo?

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