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Em Alagoas, PSOL e PCB procuram o personagem-imitação do alagoano

Existem diferenças entre os objetivos do PSOL, PCB e do PCO, representantes da esquerda alagoana.

O PCO, de Melquisedeque Farias, segue uma orientação nacional: nos 10 segundos que terá no guia eleitoral, o partido quer denunciar o golpe de 2016 e a prisão de Lula, a retirada dele da eleição presidencial, mesmo liderando as pesquisas.

É para atrair a atenção do eleitor, informado pela grande mídia, ausente de debates nas redes sociais e buscando em quem votar nestas eleições.

Diferente do PSOL e o PCB alagoanos, guiados por uma estratégia obtusa. De longe, repercutem o candidato Guilherme Boulos e suas boas aparições nos debates nacionais.

De perto, a campanha segue um script daquela esquerda vestida de uma luz apostolar. Que subiu num monte e prega algumas verdades sobre as tenebrosas transações dos poderes, mais para cumprir uma tabela, agregar o espaço “do contra”.

A pesquisa Ibope publicada semana passada aponta insatisfação/medo dos alagoanos com a saúde, a segurança pública, o tráfico de drogas.

É um mapa aos comitês eleitorais.

Não para o PSOL e o PCB.

Nos 29 anos da queda do Muro de Berlim, o inconsciente desta esquerda alagoana não avançou para as necessidades das 300 mil pessoas que moram no Dique Estrada; outras milhares em conjuntos habitacionais entranhados no Benedito Bentes com fome de transporte, lazer, poder público.

Nem os travestis e mulheres espalhados na orla rica de Maceió, sem a chance de construírem um espaço próprio em nosso tecido social.

Ou os terreiros perseguidos por religiões neopetencostais. Também sem a chance de se mostrarem nos guias eleitorais.

A esquerda-velório não se mostra no assassinato de Davi da Silva por policiais; nem para os desaparecidos, como Bárbara Regina; ou aos 100 mil alagoanos vítimas da seca e carne farta para a troca de votos por comida ou água; e nem sabe dos riscos de quem assume ser gay, lésbica, negro ou pobre em Alagoas.

Sim, pode existir uma teoria explicando a realidade.

Ou existir uma realidade paralela, ressignificada, uma fábrica de consentimentos via PSOL e PCB.

Algo criativo e surpreendente.

Menos para o alagoano-personagem-imitação-dele-mesmo.

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