No dia 28 de dezembro, às três horas da tarde, em Brasília, os acionistas da Eletrobrás se reúnem em Assembleia Geral Extraordinária para decidir a venda do controle acionário e o aumento do capital da Ceal até o final do próximo ano.
Será o primeiro passo- oficial- para a privatização da antiga estatal alagoana por ordem do Governo Dilma Rousseff.
Não só ela.
Na lista estão a Eletroacre; a Ceron, de Rondônia; a Cepisa, do Piauí; a Boa Vista Energia, de Roraima; a Amazonas Distribuidora de Energia; e a Celg, de Goiás.
Na semana passada, 29 usinas hidrelétricas foram vendidas em leilão e arrecadados R$ 17 bilhões, depositados na conta do ajuste fiscal.
A crise política e o endividamento do país ajudam a explicar a decisão da era petista.
Mas, relatório do Governo Federal, divulgado nesta segunda-feira- conforme mostrou este blog- mostra que a Ceal aplicou menos da metade dos recursos destinados a ela este ano.
O orçamento era de R$ 216 milhões. Somente 41% deste dinheiro saiu dos cofres: pouco mais de 88 milhões.
Apesar dos números, a Ceal superou a média de desempenho do grupo Eletrobrás.
Entre trancos e barrancos, a nossa companhia de luz é o resumo da tragédia da politicagem no setor elétrico brasileiro.
Desde o Governo Sarney, o PMDB mandou e desmandou no Ministério das Minas e Energia.
E a Ceal virou o resumo de escolhas fracassadas dos padrinhos eleitorais.
Um relatório da Controladoria Geral da União, analisando as contas de 2011, descobriu que na Ceal funcionários tinham quatro empregos em cidades- extremos de Alagoas ou em outros estados.
Havia irregularidades em licitações e o segundo pior desempenho do Brasil no setor elétrico, com perdas de até 30% de energia.
Quem faliu a Ceal?
Bem a privatização vai colocar uma pedra em cima do assunto.
E venha pela frente o quê vier…