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Eleição da Ampal vira teste para Alfredo Gaspar, que perde força no Ministério Público

Ex-procurador Geral de Justiça e atual secretário de Segurança Pública, Alfredo Gaspar de Mendonça não é mais unanimidade dentro do Ministério Público de Alagoas, onde tinha enorme influência política e eleitoral até o ano passado, quando deixou o MP para disputar as eleições à Prefeitura de Maceió.

O discurso mais xerifesco e claramente alinhado ao do presidente Jair Bolsonaro- orientação do marketing de sua campanha à Prefeitura e ainda hoje aproveitado por ele ser um dos nomes a disputar o Governo em 2022- vem sendo, aos poucos, substituído pelo do professor e promotor Marcus Rômulo, mais em defesa dos direitos humanos.

Rômulo é o nome mais forte na disputa pela presidência da Associação do Ministério Público (Ampal). A votação será em 6 de agosto.

As eleições para a Ampal são uma espécie de teste para outra votação: a do novo chefe do MP.

Discurso de Marcus Rômulo mais alinhado à defesa dos direitos humanos

Contexto

Mendonça era procurador Geral de Justiça mas renunciou ao cargo e se desligou do MP em março de 2020. A cadeira de chefe do Ministério Público ficou vazia, os promotores e procuradores fizeram eleições e os três nomes mais votados foram encaminhados ao governador Renan Filho (MDB). Em abril do ano passado, ele escolheu o procurador Márcio Roberto Tenório de Albuquerque, segundo mais votado na lista e mais ligado a Alfredo Gaspar de Mendonça.

O mais votado foi Marcus Rômulo, tratado como rival do secretário de Segurança Pública.

Derrotado nas eleições em Maceió, Alfredo Gaspar assiste ao crescimento do grupo de Rômulo, que é mestre em Direito pela UFAL, autor do livro Cotas Sociorraciais: as imperfeições do programa de ação afirmativa (editora Lumen Juris) e titular da Promotoria de Justiça Coletiva da Fazenda Pública da Capital, com atuação na área de combate à improbidade administrativa e defesa do patrimônio público.

Sua mais recente ação de destaque foi ter descoberto a máfia do lixo em Maceió, esquema de favorecimento de empresas de recolhimento do lixo na gestão do então prefeito Cícero Almeida que causou prejuízo de R$ 200 milhões aos cofres do município, segundo as investigações.

É também desta promotoria as ações responsáveis pela licitação do transporte de ônibus na capital, além das investigações sobre a execução destes contratos.

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